- Seg, 11 Jan 2016 17:52:00 -0200
CNPq lança chamada Universal 2016
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, lançou, nesta segunda-feira, 11, a Chamada Universal CNPq/MCTI 1/2016, durante a sanção do Marco Legal de C&T, em Brasília, com a presença da Presidenta da República, Dilma Rousseff.O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, lançou, nesta segunda-feira, 11, a Chamada Universal CNPq/MCTI 1/2016, durante a sanção do Marco Legal de C&T, em Brasília, com a presença da Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Chaimovich ressaltou que a chamada vai além do fomento de ciência, tecnologia e inovação, mas que essencialmente representa a democratização e a extensão geográfica da excelência dos cientistas desse país. "Ela amplia, portanto a capacidade brasileira de contribuir cientifica e tecnologicamente para o desenvolvimento intelectual, social e econômico do país", afirmou.
Já a presidenta Dilma espera que os R$ 200 milhões "sejam muito bem aproveitados e que haja um aumento das atividades de pesquisa, com o engajamento de estudantes de graduação e pós-graduação no desenvolvimento de projetos e maior interação com o setor produtivo".
Estavam presentes na cerimônia, ainda, os Ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader e o presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Jacob Palis.
A Chamada
O objetivo da Chamada Universal é democratizar o fomento à pesquisa cientifica e tecnológica no País, contemplando todas as áreas do conhecimento. Dos R$ 200 milhões previstos no edital, R$ 150 milhões são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FNDCT) e R$ 50 milhões do CNPq.
Os recursos disponibilizados para os projetos serão divididos em três níveis, com valores que variam de R$ 30 mil a R$ 120 mil.
O edital da Chamada Universal estará disponível na página do CNPq a partir desta terça-feira, 12 e os pesquisadores têm até 26 de fevereiro para apresentar suas propostas. Cada pesquisador poderá apresentar apenas um projeto, que deve ser executado em um período de 36 meses, a partir da data de contratação.
Serão beneficiados projetos desenvolvidos em instituições de ensino superior ou institutos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), públicos ou privados, sem fins lucrativos, além de projetos ligados a empresas públicas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.
Para ter acesso aos recursos da Chamada Universal, a solicitação deve ser feita pelo coordenador do projeto, que obrigatoriamente, deverá possuir título de doutor e ter o currículo cadastrado na Plataforma Lattes, atualizado até a data limite para submissão da documentação. Além disso, deve possuir vínculo celetista ou estatuário com a manutenção de atividades acadêmico-cientifícas na instituição de ensino a pesquisa. Por fim, não ter projeto vigente aprovado em Chamada Universal anterior.
A chamada prevê a concessão de 1.500 bolsas de Iniciação Cientifíca (IC) e outras 1.00 bolsas de apoio técnico (AT), também com duração de até 36 meses.
Marco Legal
A presidenta Dilma Rousseff sancionou, nesta segunda-feira (11), o novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, Projeto de Lei da Câmara (PLC) 77/2015. A proposta, aprovada por unanimidade pelo Senado Federal no dia 9 de dezembro de 2015, aproxima as universidades das empresas, tornando mais dinâmicos a pesquisa, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação no País. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, e o presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, também participaram da cerimônia que aconteceu no Palácio do Planalto, Brasília.
Considerado uma grande vitória da comunidade científica, o Marco Legal da CT&I amplia o tempo máximo que os professores das universidades federais poderão trabalhar em projetos institucionais de ensino, pesquisa e extensão, ou exercer atividades de natureza científica e tecnológica.
Outro ponto é a isenção e redução do imposto para as importações realizadas por empresas na execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
O novo Marco Legal também permite a participação da União, estados e municípios no capital social de empresas para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores que estejam de acordo com as respectivas políticas de desenvolvimento científico. Os entes federativos poderão apoiar a criação de ambientes promotores de inovação, como incubadoras de empresas, parques e polos tecnológicos, por meio de recursos repassados por suas agências de fomento aos pesquisadores vinculados a instituições científicas e tecnológicas (ICTs).
O Marco estabelece ainda novas competências para os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), como a definição de estratégias para a transferência das inovações geradas pelas ICTs. A proposta aprimora a definição de propriedade intelectual resultante da parceria entre universidades e empresas, assim como a transferência de tecnologia. Outra novidade é a simplificação do processo de emissão de visto de trabalho para pesquisadores estrangeiros que vierem ao Brasil para participar de projetos de pesquisa.
Acesse a Galeria de Imagens do envento.
Coordenação de Comunicação do CNPq
Fotos: Robson Moura
Proteína bacteriana que inibe a resposta inflamatória é identificada
- Qui, 07 Jan 2016 10:34:00 -0200
Proteína bacteriana que inibe a resposta inflamatória é identificada
Um grupo internacional de pesquisadores liderado por Dario Zamboni, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), desvendou a estratégia usada por bactérias da espécie Coxiella burnetii para enganar o sistema imunológico e inibir o processo inflamatório desencadeado por células de defesa quando entram em contato com patógenos desse tipo.Um grupo internacional de pesquisadores liderado por Dario Zamboni, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), desvendou a estratégia usada por bactérias da espécie Coxiella burnetii para enganar o sistema imunológico e inibir o processo inflamatório desencadeado por células de defesa quando entram em contato com patógenos desse tipo.
Além de favorecer o combate à própria C. burnetii, considerada altamente patogênica, a descoberta abre caminho para novos tratamentos contra a sepse - inflamação sistêmica que representa a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia no Brasil.
Os experimentos foram realizados no âmbito de um Projeto Temático apoiado pelo CNPq e pela FAPESP e coordenado por Zamboni. Os resultados foram divulgados em um artigo na revista Nature Communications.
"Temos um interesse particular na C. burnetii porque é uma bactéria bastante subversiva. Ela inibe diversas etapas relacionadas à ativação do sistema imune e, por isso, é tão virulenta. Estima-se que uma única bactéria é capaz de deixar doente um indivíduo saudável", comentou Zamboni.
Normalmente encontrada nas secreções (muco vaginal, leite, fezes, urina ou sêmen) de animais de criação, como cabras, porcos e vacas, a C. burnetii infecta humanos pela via inalatória, causando um quadro de pneumonia atípica conhecido como febre Q. Em alguns casos, a infecção pode prejudicar o fígado ou o coração, provocando endocardite (inflamação no revestimento interno do órgão) e alterações nas válvulas cardíacas.
"A gente já sabia que essa bactéria tem a capacidade de inibir os macrófagos que infecta. Dessa forma, as células que fagocitaram a bactéria não conseguem se ativar e não ocorre o início da resposta inflamatória. Nosso objetivo era descobrir os mecanismos moleculares pelos quais isso ocorre", disse Zamboni.
Os macrófagos normalmente são as primeiras células de defesa a entrar em ação quando um patógeno infecta os organismos, um processo muito importante para que a resposta imune aconteça. Dentro dos macrófagos, um grupo de proteínas, conhecidas como caspases, se aglomeram formando um complexo denominado inflamassoma. Este complexo, por sua vez, inicia um processo inflamatório fora da célula, atraindo para o local outras células de defesa, como neutrófilos, e outros fagócitos e células que serão importantes para a indução de uma resposta imune protetora.
No caso de bactérias Gram-negativas, como a C. burnetii, a inflamação é desencadeada quando receptores celulares reconhecem um componente da bactéria denominado LPS (lipopolissacarídeo bacteriano). Isso causa a ativação de um tipo de inflamassoma mediado pela proteína caspase-11, que foi o objeto deste estudo coordenado por Zamboni.
O grupo das bactérias Gram-negativas incluem outros importantes causadores de doença em humanos, entre eles a Escherichia coli, a Shigella, a Salmonella, a Pseudomonas e a Legionella pneumophila. Todos esses microrganismos possuem LPS e ativam o inflamassoma mediado por caspase-11.
Ensaios in vitro
Por meio de experimentos in vitro feito com macrófagos de camundongos, os cientistas testaram duas possíveis hipóteses: a primeira era que a LPS da C. burnetii não seria capaz de ativar o inflamassoma; a outra era que, embora o inflamassoma fosse ativado, a bactéria secretaria alguma outra substância capaz de inibir a inflamação.
"Para descobrir qual delas era a correta, usamos uma abordagem de coinfecção, ou seja, primeiro infectamos a célula com a C. burnetii e, um dia depois, infectamos a mesma célula com a bactéria L. pneumophila, que sabidamente é capaz de induzir o inflamassoma mediado pela caspase-11", contou Zamboni.
O grupo então observou que, mesmo com a L. pneumophila dentro da célula, o inflamassoma não foi ativado, o que comprovou que a C. burnetii estava ativamente inibindo a inflamação por meio da secreção de alguma substãncia. Restava saber qual era.
"Sabíamos que a C. burnetii secreta algumas dezenas de proteínas dentro da célula. Então, expressamos diversos genes deCoxiella mutantes de de L. pneumophila, cada mutante expressando uma diferente proteína de C. burnetii", contou o pesquisador.Os macrófagos de camundongos foram infectados com os mutantes de L. pneumophila e os cientistas observaram que a bactéria que expressava o gene anotado como CBU1823, depois denominado IcaA (do Inglês, Inhibition of caspase activation), foi a única capaz de inibir a formação do inflamassoma mediado por caspase-11.
De acordo com Zamboni, a descoberta ajuda a entender por que a C. burnetii é tão patogênica. "Esse microrganismo usa várias proteínas para enganar o sistema de defesa, mostramos que a IccA é uma delas", disse.
Além disso, acrescentou, abre a possibilidade de usar moléculas com ação similar à IcaA para inibir caspase-11 e, consequentemente, combater doenças inflamatórias como por exemplo a sepse. Muitos casos da doença, particularmente aqueles iniciados por bactérias gram-negativas, estão relacionados à ativação de caspase-11.
O artigo Inhibition of inflammasome activation by Coxiella burnetii type IV secretion system effector IcaA (doi: 10.1038/ncomms10205), pode ser lido em www.nature.com/ncomms/2015/151221/ncomms10205/full/ncomms10205.html
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