Prêmio Jovem Cientista - Pesquisa comprova que ingestão diária de castanha-do-brasil melhora funções cognitivas de idosos
- Ter, 22 Set 2015 10:36:00 -0300
Prêmio Jovem Cientista - Pesquisa comprova que ingestão diária de castanha-do-brasil melhora funções cognitivas de idosos
Nos anos 1950, a população brasileira era de 53 milhões de pessoas, das quais apenas 1% tinha mais de 60 anos. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro passou de 52 anos para 73 anos. O envelhecimento da população, um fenômeno mundial, exige novas soluções para prevenir doenças que afetam os idosos.Nos anos 1950, a população brasileira era de 53 milhões de pessoas, das quais apenas 1% tinha mais de 60 anos. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro passou de 52 anos para 73 anos. O envelhecimento da população, um fenômeno mundial, exige novas soluções para prevenir doenças que afetam os idosos. Pensando nisso, a doutora em Nutrição Experimental pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Uni'versidade de São Paulo (USP), Bárbara Rita Cardoso, investigou os efeitos da ingestão diária de castanha-do-brasil, rica em selênio, em pacientes com comprometimento cognitivo leve.
Os resultados se mostraram eficazes, com a melhoria da fluência verbal e na construção do pensamento dos idosos que participaram do estudo, e garantiram à pesquisa o 1º lugar da categoria Mestre e Doutor do 28º Prêmio Jovem Cientista. Os resultados abrem portas para o estudo mais aprofundado das ações do mineral selênio em pessoas com Mal de Alzheimer, e sobre a sua utilização na prevenção da doença.
Nos idosos há um declínio normal das funções cognitivas, porém os mecanismos envolvidos neste processo ainda são um desafio para a Ciência. O comprometimento cognitivo leve (CCL) é considerado o estágio entre o envelhecimento normal e as doenças demenciais, como o Mal de Alzheimer. "Não é que pacientes com declínio cognitivo leve vão necessariamente desenvolver outras doenças, mas a chance de que evoluam para o Alzheimer, por exemplo, é de 40%", explica Bárbara.
Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, gerando mais radicais livres. Em paralelo, a diminuição da ação do sistema antioxidante afeta as sinapses, a neurotransmissão, a circulação e o metabolismo. Como consequência, os sistemas motor e sensorial, assim como a memória e o aprendizado, são afetados.
O estresse oxidativo é uma das características fisiopatológicas do Alzheimer e sabe-se também que pacientes com a doença apresentam deficiência de selênio. Bárbara estuda, atualmente, os efeitos deste mineral em pessoas com a enfermidade. "Resolvi comparar o estado nutricional de selênio em pessoas com e sem o Mal de Alzheimer e constatei que realmente havia um déficit da substância nos portadores da doença", conta.
Recentemente, Bárbara se mudou para a Austrália para continuar seus estudos no Centro de Pesquisa Neurológica da Universidade de Melbourne.
O selênio desempenha função essencial como constituinte de enzimas antioxidantes, e exerce importante papel na manutenção das funções cerebrais. Para fazer a reposição deste mineral no organismo de idosos com comprometimento cognitivo leve, a pesquisadora observou nos voluntários os efeitos da ingestão diária de uma castanha-do-brasil, a mais rica fonte de selênio. "Não encontramos em nenhuma pesquisa a utilização de alimentos ricos em selênio como fonte de suplementação. Na castanha-do-brasil, este mineral é encontrado como selenometionina, a forma com maior biodisponibilidade, ou seja, que poderá ser absorvida com mais rapidez pelo organismo", explica.
Os testes foram feitos com idosos de 60 anos ou mais, que apresentavam comprometimento cognitivo leve e não consumiam regularmente castanha-do-brasil ou suplementos alimentares com selênio. Dos indivíduos selecionados, 99% tinham deficiência de selênio. Divididos aleatoriamente em dois grupos ¿ o "Castanha" e o "Controle" ¿, os idosos passaram por avaliações sanguíneas, de cognição e de nutrição.
Após o tratamento, nenhum indivíduo do grupo tratado apresentou deficiência de selênio, enquanto no grupo "Controle" todos os participantes apresentaram níveis inferiores ao desejado. Apesar de a terapia com a castanha não ter sido favorável à diminuição dos radicais livres, os testes cognitivos realizados após o experimento revelaram mudanças positivas na fluência verbal e na capacidade de reproduzir um pensamento no grupo "Castanha".
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com patrocínio da Gerdau e da BG Brasil.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq e parceiros do Prêmio Jovem Cientista
Foto: Globo
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- Ter, 22 Set 2015 10:56:00 -0300
Prêmio Jovem Cientista - Estudante do ensino médio cria fita que acusa se o leite está contaminado
Quando começou a ouvir notícias sobre venda de leite contaminado, inclusive de marcas famosas, a estudante Joana Pasquali, 17 anos, resolveu investigar e ir atrás de uma solução para o problema. Ela procurou a ajuda da professora de Metodologia Científica, Andréia Michelon Gobbi, do Colégio Mutirão de São Marcos, localizado na região serrana do Rio Grande do Sul, onde estuda. A partir da observação das três fraudes mais comuns em leite do tipo UHT, a estudante se dedicou por sete meses ao desafio. Buscou mais conhecimentos em Química para identificar os reagentes que revelariam a presença de adulteração e criou o invento que lhe garantiu o 1º lugar na categoria Ensino Médio da 28º edição do Prêmio Jovem Cientista.
Batizado de Detectox, o protótipo consiste em uma fita confeccionada com filtro de café embebido com reagentes que indicam, por meio de diferentes cores, a presença de três substâncias: o formol, prejudicial à saúde e utilizado para matar as bactérias do leite; o hidróxido de sódio, que mascara a validade; e o amido, usado para conferir mais consistência ao leite que foi misturado com água. Estes
são os tipos de adulteração mais comuns em leites UHT e por isso Joana resolveu reunir todos os indicadores em um só produto.
"Quando a amostra do leite é colocada na fita, a reação química entre as substâncias gera cores diferentes. O resultado poderá ser interpretado pelo consumidor por meio de um manual comparativo que acompanha o produto", explica Joana.
Estima-se que de todo o leite produzido no Brasil, apenas 66,9% seja fiscalizado, o que eleva as chances de produtos contaminados chegarem às prateleiras dos supermercados. "O objetivo da fita Detectox é auxiliar a população a identificar e denunciar fabricantes de leite UHT adulterados. O manuseio é fácil e o custo da produção artesanal é de R$ 4,31, podendo chegar ao consumidor final por cerca de R$ 6,48", defende Joana, que já apresentou o projeto na Feira de Ciências da escola, despertando muito interesse nos colegas. " Todos queriam um protótipo para testar em casa, quase não tenho mais nenhum", contou.
Com diversos casos de fraudes em bebidas industrializadas, o produto oferece a oportunidade de o consumidor testar as marcas que ingere, podendo evitar problemas de saúde, como a intoxicação, e garantindo, assim, a segurança alimentar e nutricional.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq e parceiros do Prêmio Jovem Cientista
- Ter, 22 Set 2015 10:52:00 -0300
Prêmio jovem Cientista- Estudante desenvolve sistema inovador de agricultura urbana
Estima-se que, até 2050, cerca de dois terços da população mundial viverão em cidades, passando dos atuais 3,9 bilhões de pessoas para 6,4 bilhões. Diante desse cenário, propor soluções que aproximem os espaços de produção agrícola dos consumidores é um desafio urgente. E foi essa preocupação, de agilizar o abastecimento de alimentos para as cidades, que levou o estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Deloan Perini, 27 anos, a desenvolver um modelo inovador de agricultura urbana. Com orientação da professora de Oficina de Desenho, Marcela Alvares Maciel, a pesquisa conquistou o 1º lugar na categoria Ensino Superior do 28º Prêmio Jovem Cientista.
Como base para o estudo, Deloan fez um diagnóstico urbanístico da cidade de Erechim, localizada no norte do Rio Grande do Sul, para identificar vazios urbanos que pudessem ser aproveitados para a produção de alimentos. Foram mapeados 144 lotes com potencial de transformação em hortas urbanas. A partir desse diagnóstico, ele desenvolveu um modelo de agricultura de acordo com as necessidades do município.
Nos lotes podem ser produzidos alimentos orgânicos como frutas, hortaliças, verduras, legumes, além de ervas e temperos. “O diferencial do projeto está na estrutura oferecida para a sustentabilidade do sistema. Estimamos que as hortas urbanas em Erechim tenham capacidade para produzir 4,5kg de alimentos por metro quadrado. Identificamos aproximadamente 13.500 m², o que significa a produção de mais de 60 mil quilos por mês”, explica o estudante da UFFS.
A pesquisa concluiu que cada lote produtivo poderá ser cultivado por no mínimo três associados, com responsabilidade direta pela manutenção e gestão da área. O projeto prevê ainda a implantação de equipamentos de apoio como Banco de Sementes e Mudas, Banco de Alimentos, restaurantes e centros de compostagem.
No Banco de Alimentos acontecerá a seleção, distribuição e comercialização da produção. O excedente poderá ser distribuído às escolas, associações e ao Restaurante Agroecológico, que terá capacidade para servir até 200 refeições por dia. Os produtores urbanos associados, ao levar sua produção para o Banco, poderão trocar por outras frutas e hortaliças ou por refeições no restaurante. Este, por sua vez, será aberto ao público em geral, assim como as unidades de compostagem, que fazem o reaproveitamento dos resíduos orgânicos residenciais e do restaurante, transformando-os em adubo ou matéria-prima para a geração de energia (biogás).
Deolan explica que o modelo de agricultura urbana proposto promove não só a segurança alimentar e nutricional da população, mas também requalifica os espaços urbanos, incentivando o investimento em áreas públicas ou privadas que estavam ociosas ou subaproveitadas. O projeto também prevê a redução dos custos de produção e distribuição, uma vez que aproxima os locais produtivos dos consumidores finais, melhorando inclusive a qualidade e durabilidade dos alimentos, pois não precisam ser transportados por longas distâncias.
“O Prêmio Jovem Cientista tem alcance nacional. Por isso, acredito que possa inspirar outras cidades a implantar este projeto. Espero que também permita novas experiências e desafios na área acadêmica e profissional, e amplie a discussão sobre o tema em instituições de ensino, prefeituras e na comunidade em geral, utilizando as técnicas da arquitetura e planejamento urbano como ferramentas eficazes na segurança alimentar das cidades brasileiras”, diz.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq e parceiros do Prêmio Jovem Cientista
- Ter, 22 Set 2015 10:20:00 -0300
Dia do Cerrado - Mapa da biodiversidade subsidiará as estratégias de conservação e uso sustentável
O desafio de articular a competência regional e nacional para ampliar o conhecimento da biodiversidade brasileira e disseminá-lo de forma planejada e coordenada levou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a firmarem parceria com a comunidade científica ambiental para formação de redes de pesquisa.
Estas redes de pesquisa são formadas por meio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO), que apóia a Rede Amazônia Oriental e, a partir de 2012, sete redes, como Rede Amazônia Ocidental, Rede Semiárido, Rede Mata Atlântica (duas), Rede Cerrado (duas) e Rede Campos Sulinos, com um total de 42 projetos, e um projeto de pesquisa da Rede Geoma para a Região Amazônica.
Cerrado
Duas redes de pesquisa do PPBio destacam-se no Bioma Cerrado: Rede de Pesquisa Biota do Cerrado e Rede ComCerrado: Geografia da Biodiversidade, Funcionamento e Sustentabilidade.
A Rede de Pesquisa Biota do Cerrado busca ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade do Cerrado e definir estratégias para promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade desse bioma.
Um dos projetos associados desta rede, "Caracterização, diversificação e conservação da herpetofauna do Cerrado", coordenado pelo pesquisador Guarino Colli, da Universidade de Brasília (UnB), já apresenta resultados relevantes, com novas espécies descritas, diversas espécies crípticas (que vivem em grutas e cavernas) reveladas, identificados processos relevantes para a evolução da biota, identificadas lacunas de amostragem e de conservação e revelados impactos do fogo, assim como possíveis estratégias para o seu manejo.
Já a Rede ComCerrado: Geografia da Biodiversidade, Funcionamento e Sustentabilidade no Cerrado reúne oito projetosassociados que contam com recursos financeiros do CNPq por meio do edital PPBio/Geoma - Redes de Pesquisa, Monitoramento e Modelagem em Biodiversidade e Ecossistemas e avaliar e monitorar a biodiversidade e uma série de variáveis climáticas e ambientais no Cerrado.
Os pesquisadores pretendem avaliar a biodiversidade do Cerrado estudando a vegetação herbácea e lenhosa da região, invertebrados terrestres (formigas e abelhas), besouros, espécies de borboletas, mariposas, aranhas, anfíbios e a microbiota, a micorrizas, entre outros.
Participam da Rede os estados deMinas Gerais (UFMG e Biotrópicos/UFVJM-Diamantina), Distrito Federal (UnB), Goiás (UFG), Mato Grosso (UFMT e UNEMAT), Bahia (UFBA) e Maranhão (UEMA e UFMA), cujas pesquisas visam também fortalecer as instituições de ensino e pesquisa em ciências ambientais com atuação no Cerrado, por meio da interação entre grupos consolidados e emergentes.
Ao final das pesquisas, além da ampliação de conhecimentosobre a biodiversidade e estudo de fatores ambientais e socioeconômicos, que determinam o atual estado de conservação do Cerrado com o uso da terra, a comunidade científica e os gestores públicos e privados terão em mãos informações que possibilitem a elaboração de estratégias de conservação e sustentabilidade por meio do estudo de cenários de desenvolvimento do Cerrado brasileiro.
Campos rupestres em foco
Um dos projetos da Rede ComCerrado, "Ecossistemas Extremos do Cerrado: a Biodiversidade e Funcionalidade nos Campos Rupestres", coordenado pelo professor Geraldo Wilson Fernandes (UFMG), tem como objetivo obter informações sobre a biodiversidade e recursos naturais da porção meridional do Cerrado, de forma a embasar futuras estratégias de conservação, restauração e uso sustentável destas áreas.
O local escolhido para a realização desta pesquisa é a Serra do Cipó, localizada em Minas Gerais, região conhecida pela grande biodiversidade, endemismo e representatividade das áreas de campo rupestres do Espinhaço. A Serra do Espinhaço foi reconhecida com Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 2005, devido a sua grande diversidade de recursos naturais e por ser uma das maiores formações de campos ruprestres do Brasil.
A partir de dados espaciais e parâmetros biológicos de algumas espécies vegetais endêmicas deste local (onde o endemismo geral está entre 30 e 40%), foram realizados estudos de modelagem da distribuição destas espécies. Em paralelo, os pesquisadores têm realizado estudos de valoração econômica do serviço de estocagem da diversidade de espécies vegetais e de valoração dos recursos hídricos no campo rupestre, que fazem parte de dissertações de mestrado, para o fornecimento de bases científicas para a utilização sustentável dos recursos vegetais.
Núcleo Cipó
Dentre os resultados alcançados, destacam-se várias espécies novas de organismos coletados, que se encontram em fase de preparação para descrição, incluindo várias espécies de fungos micorrízicos. Também foram registradas novas ocorrências de borboletas, insetos galhadores, entre outros invertebrados.
Com os resultados deste estudo, tem-se o objetivo de implantar o Núcleo Cipó-MG, gerando subsídios científicos para auxiliar na busca de padrões gerais no funcionamento e biodiversidade do Cerrado, com previsão de áreas de distribuição de espécies endêmicas/raras, identificação de áreas prioritárias para conservação de espécies endêmicas, levando, assim, pioneiramente, à implementação de métodos para a valoração dos serviços ambientais e seu uso sustentável.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
- Seg, 06 Abr 2015 10:36:00 -0300
Bolsista do Ciência sem Fronteiras pesquisa aumento da produção da vacina para Ebola
A jovem pesquisadora Tâmara Prado de Morais (28 anos) faz doutorado-sanduíche na área de Ciência das Plantas com bolsa do Ciência sem Fronteiras (CsF), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No início de 2015, foi convidada pela Universidade da Califórnia em Davis (EUA), onde é bolsista do CsF, a integrar o grupo de pesquisa que está estudando o aumento da produção de anticorpos contra o vírus do Ebola.
De acordo com a bolsista, a National Science Foundation (NSF) concedeu à equipe de pesquisadores da UC-Davis recursos para serem aplicados na forma de aumentar a produção do medicamento Zmapp. Este medicamento, uma mistura de anticorpos criados e extraídos da planta de tabaco, foi desenvolvido pela biofarmacêutica Mapp, de San Diego, em parceria com o governo norte-americano e laboratórios canadenses, mas a produção é muito limitada. Os pesquisadores da UC-Davis buscam uma forma de produzir o mesmo medicamento de forma mais rápida e em grandes quantidades. Para isso, trabalham na geração de anticorpos de células vegetais a partir do cultivo em biorreatores, evitando, assim, a limitação de gerá-los a partir de uma planta viva.
Tâmara, que é engenheira agrônoma e mestre em agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é orientada no Brasil pelo Professor José Magno Queiroz Luz, do Instituto de Genética e Bioquímica da UFU, e, na UC-Davis, pelo Professor Abhaya Dandekar. Ao ser convidada a integrar o grupo, a pesquisadora ficou lisonjeada por confiarem no seu trabalho. "Estou ciente da importância desse projeto na área da saúde, da repercussão da notícia e das expectativas dos resultados. Por isso, me empenho a cumprir meu trabalho com êxito e rapidez para que a próxima etapa se inicie e, ao final, possamos dispor de um processo eficaz de produção de anticorpos que atenda à demanda", disse Tâmara.
A pesquisadora Tâmara Prado de Morais concedeu entrevista ao CNPq e falou sobre o desenvolvimento da pesquisa e suas expectativas.
CNPq -Desde quando está inserida no grupo de pesquisa e até quando ficará em San Diego?
Já foi definida qual será sua participação? Iniciei o Doutorado Sanduíche na University of California (UC-Davis) em Outubro/2014, desenvolvendo parte de meu projeto de tese no Laboratório do Prof. Abhaya Dandekar. A oportunidade de participar do grupo de pesquisa contra Ebola surgiu em Janeiro/2015, em virtude do recente surto da doença e da necessidade de produzir anticorpos em larga escala. Como o Laboratório do Prof. Dandekar é reconhecido pelo trabalho com expressão de proteínas em plantas, foi selecionado para participar do grupo. Uma vez que já estava trabalhando no laboratório e a metodologia do projeto do Ebola é semelhante à que utilizo na minha pesquisa de doutorado, fui convidada para participar da equipe. Sou responsável pela clonagem dos anticorpos contra o vírus e pela confirmação de sua expressão em plantas de tabaco (Nicotiana benthamiana). Esta consiste na primeira etapa do projeto. A partir da nossa pesquisa, outros laboratórios darão continuidade ao processo de produção do medicamento contra o Ebola. O período do doutorado sanduíche é de seis meses. Quando do meu regresso ao Brasil, pretendemos ter concluído a etapa pela qual nosso laboratório é responsável.
CNPq - Qual é sua expectativa em relação ao desenvolvimento do medicamento em maior escala? Os custos são muito altos? Quantas pessoas fazem parte da equipe? Há outros bolsistas estrangeiros no grupo?
A expectativa é que esta pesquisa contribua para o desenvolvimento de novos processos de biofabricação de proteínas contra o vírus do Ebola, aumentando significativamente a sua capacidade de produção. Ao otimizar as condições de fabricação, espera-se obter aumento de 100 vezes na produtividade para a mesma massa de material vegetal. Além disso, a metodologia que propomos poderá ser aplicada na produção de anticorpos contra outras doenças. Inferir como será a reprodução dos ensaios conduzidos em laboratório dentro de biofábricas ainda é audacioso, uma vez que o projeto está em fase inicial. A pesquisa é promissora, com respaldo científico e conta com pesquisadores competentes e de excelente nível intelectual. No entanto, até obtermos resultados preliminares, preferimos não opinar a respeito.
O projeto é intitulado: "RAPID: Novel Bioreactor-Based Systems for Producing Anti-Ebola Monoclonal Antibodies in Nicotiana benthamiana Plant Cell Suspension Culture" e é financiado pelo National Science Foundation. A equipe conta com a orientação de professores da Universidade da Califórnia (UC-Davis).
CNPq - Qual é a linha do seu projeto para a tese de doutorado desenvolvida no Brasil e como acredita que a participação nesse grupo poderá contribuir para o avanço da sua pesquisa?
Minha pesquisa visa ao desenvolvimento de plantas resistentes a fitobacterioses através da expressão de proteínas vegetais antimicrobianas. Como mencionei, a metodologia é semelhante à do projeto para produção de anticorpos contra Ebola. Ainda, a participação nesse grupo é uma excelente oportunidade para ampliar meu networking, aperfeiçoar técnicas de engenharia genética e melhorar meu currículo.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Foto: Arquivo Pessoal
- Ter, 11 Nov 2014 14:13:00 -0200
Produtores têm acesso à nova tecnologia para processamento pós-colheita do guaraná
Nativo do Amazonas, o guaraná já ganhou o mundo e, sob o olhar curioso da pesquisa agropecuária, vem gradativamente incorporando novos conhecimentos ao seu sistema de cultivo. A novidade agora é o despolpamento dos frutos/sementes sem ser necessária a fermentação, por meio de um maquinário adaptado e ajustado para a cultura do guaraná. Essa e outras informações vão ser apresentadas ao público no dia 19 de novembro, na sede da Agropecuária Jayoro Ltda., em Presidente Figueiredo, durante dia de campo intitulado Sistema Mecanizado de Processamento Pós-Colheita de Guaraná: Nova Tecnologia, Novo Processo.
Conforme o pesquisador da Embrapa, Lucio Pereira Santos, o processamento pós-colheita de guaraná é o segmentoda fase produtiva que demanda atenção especial, por ter implicações no rendimento e na qualidade do produto final. “Dada a complexidade das operações de despolpamento, separação das frações cascas/sementes/arilo e também do difícil processo de secagem/torrefação das sementes tornam-se impraticáveis essas tarefas de maneira artesanal, quando se trata de grandes volumes de produção, uma característica dos grandes grupos comerciais no Amazonas”, destacou.
A mesma lógica se aplica ao guaranicultor familiar. Em decorrência das cultivares superiores lançadas pela Embrapa, a produtividade da pequena propriedade cresceu nos últimos anos, o que acabou dificultando sobremaneira a realização do preparo e beneficiamento das sementes com as metodologias tradicionais.
Mas não é só isso. Outros fatores importantes limitam a fase de pós-colheita sem o uso da mecanização adequada, como a necessidade de grandes espaços físicos para fermentação dos frutos, maiores consumos de energia, tempo e mão de obra, além da possibilidade de contaminação microbiológica da massa de grãos, assim como contaminações ambientais, especialmente dos cursos d`água, decorrentes dalavação das sementes. “Todos esses fatores, isolados ou em conjunto, oneram o custo de produção, diminuem a margem de lucro, dificultam a obtenção de qualidade, trazendo também riscos ao meio ambiente”, ressaltou o pesquisador.
O maquinário para despolpamento do guaraná sem a necessidade de fermentação foi desenvolvido por meio de uma tríplice parceria envolvendo as instituições Embrapa, Pinhalense e Jayoro. “Quebra-se, assim, o paradigma secular de que para um beneficiamento efetivo havia a necessidade da fase de fermentação dos frutos/sementes”.
A usina completa para o processamento pós-colheita – constituída peloconjunto de equipamentos:desracemador, despolpador, lavador/separador de cascas/sementes, secador, dentre vários outros acessórios – passou por quatro anos de ajustes e adaptações. A tecnologia foi definida, testada e validada na Agropecuária Jayoro Ltda.. Durante o dia de campo, serão divulgadas diversas informações importantes, como custo final de investimentos para a aquisição, instalação, operacionalização e manutenção, personalizando os dimensionamentos em três categorias: pequena, média e grande propriedade.
Equipe Embrapa Amazônia Ocidental
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