- Ter, 17 Jan 2012 12:37:00 -0200
Reconfiguração Estratégica: CNPq discute cooperação entre Universidade e Empresa
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq/MCT) promoveu hoje (12), a palestra "Expectativas futuras da cooperação entre Universidade e Empresa".O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq/MCT) promoveu hoje (12), a palestra "Expectativas futuras da cooperação entre Universidade e Empresa". O evento integra as atividades relativas ao Plano de Reconfiguração Estratégica do Conselho.
A mesa de abertura foi composta pelos diretores do CNPq, Manoel Barral Netto (Cooperação Institutcional) e Paulo Sergio Lacerda Beirão (Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde), mediador da mesa; pelo Diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Fernando Rizzo; e pelo palestrante, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Álvaro Prata.
Rizzo destacou a importância da Reconfiguração da agência ao dizer que o plano está traçando não só os próximos 15 anos, mas o futuro do CNPq. "O CGEE está vendo esse estudo com muito entusiasmo, o quê foi feito até agora já reflete a importância desse projeto".
"Nós construímos o futuro, sobretudo em cima de uma visão de passado". Com essa frase, Prata iniciou o resumo histórico e econômico do Brasil e do conhecimento, que norteou sua explanação. O pesquisador lembrou que atualmente o Brasil possui a 7ª economia do mundo e 4ª maior extensão territorial do planeta. Apesar disso, apenas 13% dos jovens, entre 18 e 24 anos, estão nas universidades e desse montante 35% estão concentrados nos cursos de Administração, Direito e Pedagogia.
"É preciso separar o essencial do complementar. Temos que estudar sempre, nunca podemos nos considerar prontos, pois a ignorância nos impede de avançar e a educação nos liberta. Somente a partir dela conseguimos pensar por nós mesmos", ressaltou o reitor ao afirmar que é preciso questionar o funcionamento das coisas para alcançar avanços realmente inovadores.
Características nacionaisDurante a apresentação, Álvaro pontuou os diferenciais competitivos e as fragilidades do país: "Temos recursos naturais; ampla área territorial e bom solo; potencial para desenvolver energias renováveis; população criativa; e conhecimento científico. Por outro lado, existe a desigualdade econômica e social; os baixos índices de escolaridade, inovação e educação científica da população; além de pouca infraestrutura".
O professor apresentou números sobre a balança comercial do Brasil. Atualmente o valor da tonelada importada da China custa em torno de US$ 3.050, mas a média exportada para o mesmo país é de apenas US$ 163. "É preciso agregar valor, agregar experiência, agregar conhecimento. A tonelada de circuitos integrados custa aproximadamente US$ 848.870, mas o ferro que exportamos sai a US$ 39 e a soja a US$ 487", ressaltou.
Segundo o reitor a troca de experiências entre universidades e empresas é profundamente rica, pois permite que acadêmicos e tecnicistas construam um conhecimento realmente prático. Como exemplo citou a parceria com uma empresa fabricante de compressores que, hoje, é a maior do mundo. "Produtos que anteriormente tinham desempenho de 3,8 saltaram para 6, essa economia equivale a quatro vezes o consumo doméstico anual da Alemanha".
O pesquisador disse ainda que pequenas descobertas podem gerar grandes mudanças. Prata enfatizou que ao legislar, deve-se permitir que as pessoas contribuam com o quê tem de melhor, pois são as liberdades individuais e coletivas que movem a humanidade. "Quando se segue o que outros indicam, só se chega aonde os outros já chegaram. Temos que transformar as nossas universidades para que tenham uma ênfase maior nos resultados", finalizou.
Voltar