- Qua, 29 Jan 2014 15:33:00 -0200
Pesquisadores criam filtro solar eficiente e com maior proteção
Uma inovação brasileira em área de ponta da nanotecnologia, que contou com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem grande potencial de transformar a indústria de cosméticos até em nível internacional. Pesquisadores da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criaram um processo de encapsulamento em nanopartículas para ser aplicado em filtros solares, aumentando a eficiência e evitando alergias ao produto quando em contato com a pele.
O encapsulamento de nanopartículas é a maneira em que se coloca uma substância, denominada princípio ativo, dentro de uma bolinha ou dentro de uma partícula pequena, que pode ser usado em alguma aplicação particular. Este princípio ativo pode ser, por exemplo, um medicamento para tratar uma doença, sabão para lavar roupa, um filtro solar que vai ser usado para proteger a pele ou outro princípio ativo qualquer.
De acordo com o coordenador da pesquisa, José Carlos Costa Pinto, vinculado ao Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, o princípio ativo ou substância muitas vezes quando usado diretamente na pele não tem a mesma eficiência ou pode causar algum prejuízo. ”Por exemplo, no caso do filtro solar, por que é interessante colocar dentro de uma bolinha uma partícula? Porque alguns filtros solares são absorvidos pela pele e acabam interferindo no nosso mecanismo interno do corpo humano. Alguns são poucos tolerados e não são substâncias que fazem bem à saúde. Então, evitar o contato do filtro solar com a pele é importante, mas ao mesmo tempo a função é estar sob a pele”, explicou Costa Pinto, que também é pesquisador em Produtividade em Pesquisa 1A do CNPq e foi até recentemente coordenador do Comitê de Engenharia Química do CNPq.
O processo
José Carlos explica que existem várias maneiras de fazer o processo de encapsulamento. Uma das maneiras de compreender o processo é a utilizada pelo seu grupo de pesquisa, em que se bate com muita força, num liquidificador ultrapotente, uma mistura de água e azeite. O azeite forma bolinhas que ficam suspensas no meio da água e nelas coloca-se um princípio ativo ou outro condimento que, na área técnica, é chamado de catalisador, que faz com que a bolinha endureça. “Esses materiais ou produtos, denominados de emulsões, contém as nanoemulsões, nanocápsulas com o princípio ativo, e encontram usos em muitas áreas. No nosso grupo de pesquisa, trabalhamos para encontrar aplicações destes produtos em vários segmentos tanto na área da saúde como na tecnológica”, disse o pesquisador.
Diferentes usos
Além do filtro solar, por exemplo, os pesquisadores da Coppe estudam o encapsulamento de um remédio chamado de praziquantel, usado no tratamento da esquistossomose. Eles desenvolveram uma técnica que permite que o medicamento fique dentro da nanopartícula, da bolinha. “Este medicamento tem um gosto muito ruim. O tratamento da esquistossomose, em particular em crianças, é problemático e pouco eficiente porque causa vômitos e há recusa de tomar remédio por parte do paciente. Colocando o remédio dentro da bolinha, a língua não entra em contato com o remédio, o gosto desaparece e a criança acaba tendo uma tolerância maior ao medicamento”, informa José Carlos.
Há outra forma de utilizar esse processo além da saúde. O grupo de José Carlos na COPPE tem colocado compostos ácidos dentro de bolinhas muito pequenininhas e as injeta diretamente nos poços de perfuração de petróleo. “Como as bolinhas são muito pequenas, elas podem ser bombeadas através do poço até uma determinada região do solo onde o ácido vai sendo liberado, ajudando a corroer e tornando a exploração do poço de petróleo mais fácil. Então, como podemos ver, este é um tipo de tecnologia que pode ter usos em diferentes áreas de aplicação” afirma o coordenador.
Patentes
Segundo o pesquisador, as tecnologias desenvolvidas na Coppe são depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), mas o processo é muito longo, particularmente no Brasil. “Temos patentes solicitadas e depositadas de todas essas tecnologias, mas o tempo para concessão da patente é muito longo e o processo não chegou ainda ao final, mas essas tecnologias estão protegidas” ,disse.
Esses projetos têm contado, além do CNPq, com a parceria de instituições tanto governamentais como privadas, como BNDES, Finep, Petrobrás, Fiocruz, Braskem, Faperj e Capes.
Equipe Popularização da Ciência do CNPq
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas