- Ter, 22 Set 2015 10:36:00 -0300
Prêmio Jovem Cientista - Pesquisa comprova que ingestão diária de castanha-do-brasil melhora funções cognitivas de idosos
Nos anos 1950, a população brasileira era de 53 milhões de pessoas, das quais apenas 1% tinha mais de 60 anos. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro passou de 52 anos para 73 anos. O envelhecimento da população, um fenômeno mundial, exige novas soluções para prevenir doenças que afetam os idosos.Nos anos 1950, a população brasileira era de 53 milhões de pessoas, das quais apenas 1% tinha mais de 60 anos. Hoje, a expectativa de vida do brasileiro passou de 52 anos para 73 anos. O envelhecimento da população, um fenômeno mundial, exige novas soluções para prevenir doenças que afetam os idosos. Pensando nisso, a doutora em Nutrição Experimental pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Uni'versidade de São Paulo (USP), Bárbara Rita Cardoso, investigou os efeitos da ingestão diária de castanha-do-brasil, rica em selênio, em pacientes com comprometimento cognitivo leve.
Os resultados se mostraram eficazes, com a melhoria da fluência verbal e na construção do pensamento dos idosos que participaram do estudo, e garantiram à pesquisa o 1º lugar da categoria Mestre e Doutor do 28º Prêmio Jovem Cientista. Os resultados abrem portas para o estudo mais aprofundado das ações do mineral selênio em pessoas com Mal de Alzheimer, e sobre a sua utilização na prevenção da doença.
Nos idosos há um declínio normal das funções cognitivas, porém os mecanismos envolvidos neste processo ainda são um desafio para a Ciência. O comprometimento cognitivo leve (CCL) é considerado o estágio entre o envelhecimento normal e as doenças demenciais, como o Mal de Alzheimer. "Não é que pacientes com declínio cognitivo leve vão necessariamente desenvolver outras doenças, mas a chance de que evoluam para o Alzheimer, por exemplo, é de 40%", explica Bárbara.
Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, gerando mais radicais livres. Em paralelo, a diminuição da ação do sistema antioxidante afeta as sinapses, a neurotransmissão, a circulação e o metabolismo. Como consequência, os sistemas motor e sensorial, assim como a memória e o aprendizado, são afetados.
O estresse oxidativo é uma das características fisiopatológicas do Alzheimer e sabe-se também que pacientes com a doença apresentam deficiência de selênio. Bárbara estuda, atualmente, os efeitos deste mineral em pessoas com a enfermidade. "Resolvi comparar o estado nutricional de selênio em pessoas com e sem o Mal de Alzheimer e constatei que realmente havia um déficit da substância nos portadores da doença", conta.
Recentemente, Bárbara se mudou para a Austrália para continuar seus estudos no Centro de Pesquisa Neurológica da Universidade de Melbourne.
O selênio desempenha função essencial como constituinte de enzimas antioxidantes, e exerce importante papel na manutenção das funções cerebrais. Para fazer a reposição deste mineral no organismo de idosos com comprometimento cognitivo leve, a pesquisadora observou nos voluntários os efeitos da ingestão diária de uma castanha-do-brasil, a mais rica fonte de selênio. "Não encontramos em nenhuma pesquisa a utilização de alimentos ricos em selênio como fonte de suplementação. Na castanha-do-brasil, este mineral é encontrado como selenometionina, a forma com maior biodisponibilidade, ou seja, que poderá ser absorvida com mais rapidez pelo organismo", explica.
Os testes foram feitos com idosos de 60 anos ou mais, que apresentavam comprometimento cognitivo leve e não consumiam regularmente castanha-do-brasil ou suplementos alimentares com selênio. Dos indivíduos selecionados, 99% tinham deficiência de selênio. Divididos aleatoriamente em dois grupos ¿ o "Castanha" e o "Controle" ¿, os idosos passaram por avaliações sanguíneas, de cognição e de nutrição.
Após o tratamento, nenhum indivíduo do grupo tratado apresentou deficiência de selênio, enquanto no grupo "Controle" todos os participantes apresentaram níveis inferiores ao desejado. Apesar de a terapia com a castanha não ter sido favorável à diminuição dos radicais livres, os testes cognitivos realizados após o experimento revelaram mudanças positivas na fluência verbal e na capacidade de reproduzir um pensamento no grupo "Castanha".
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com patrocínio da Gerdau e da BG Brasil.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq e parceiros do Prêmio Jovem Cientista
Foto: Globo
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas