- Ter, 04 Jun 2013 11:11:00 -0300
Diretor do CNPq defende expansão do conhecimento sobre a biodiversidade brasileira
Teve início nesta segunda-feira (3), a primeira reunião de avaliação, integração e acompanhamento do programa destinado ao fomento do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (SISBIOTA), realizada no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. Os eixos temáticos do programa visam monitorar e ampliar o conhecimento, estabelecer padrões e processos e auxiliar no desenvolvimento de bioprodutos e demais aplicações para os recursos da biodiversidade brasileira.
O diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Dabs/CNPQ), Paulo Sérgio Lacerda Beirão, disse que o principal objetivo do programa é justamente ampliar a base de dados disponível sobre os biomas brasileiros. “Nós conhecemos uma fração pequena da nossa biodiversidade e precisamos expandir esse conhecimento. Com isso, posteriormente, pretendemos gerir de forma racional e sustentável esse patrimônio brasileiro”, ponderou. “Estamos reunidos neste evento para acompanhar a evolução do programa, saber como os projetos estão, o que avançou, quais são os problemas encontrados até este momento e criar subsídios para ações futuras”, explicou Beirão.
Em meio às apresentações dos resultados alcançados por 38 redes de pesquisa contempladas pelo programa, a diretora de Políticas e Programas Temáticos da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI), Mercedes Bustamante, ressaltou a missão central de caráter sustentável do Sisbiota. “Temos uma oportunidade impar de avançar muito no conhecimento sobre a biodiversidade através dessas redes. Inclusive, acho que são programas como esse que vão garantir a preservação do nosso ecossistema”.
Mercedes lembrou que o MCTI vem discutindo, atualmente, a elaboração de um programa nacional estruturante para a biotecnologia, solicitado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante a última reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), no Palácio do Planalto, em fevereiro deste ano. “Todas as propostas podem ser apoiadas. Enviem os resultados das pesquisas e das reuniões de avaliação ao MCTI. Eles podem render propostas de chamadas e políticas públicas, inclusive, com possibilidade de já serem inclusas no orçamento do próximo ano, já que ele ainda será discutido ao longo do segundo semestre deste ano”.
A gerente de projetos do departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Daniela América Suárez Oliveira, corroborou com a opinião da diretora do MCTI e do diretor do CNPq quando o tema foi o aproveitamento dos resultados alcançados pelas redes. “As propostas desse programa servirão para nortear a composição de políticas públicas ambientais. Sendo assim, o MMA se interessa por esta avaliação e certamente será usuário das informações”, completou.
Redes – A representante da Rede Norte-Nordeste de Fungos Filamentosos de Solos da Caatinga e da Amazônia (Rennorfun), professora Galba Maria de Campos Takaki, acredita que 2013 será um ano promissor para o programa alcançar resultados. “A nossa produção científica desde 2011 até o momento registra 18 publicações e 13 capítulos de livros. Este ano, muitos trabalhos estão sendo submetidos já que a rede está mais consolidada, o que proporcionará um avanço. Imagino que muitas estejam neste mesmo processo de amadurecimento”.
O professor Sérgio Florentino Pascholati, da Universidade São Paulo (USP), falou sobre o trabalho de Bioprospecção de Fungos Sapróbios no PPBio/Semi-Árido nordestino para o controle de doenças infecciosas em plantas: indução ou resistência?.“Os fungos sapróbios usados no projeto estão sendo divididos em três tipos de microorganismos. Os responsáveis das redes nos estados tentarão pesquisar, por exemplo, como neutralizar os efeitos danosos para controlar doenças de interesse isolando as moléculas”, explicou.
Sérgio ressaltou que as pesquisas desta rede pretendem auxiliar em pelo menos uma questão iminente do setor agrícola. “A necessidade de adotar estratégias para a redução e utilização de agrotóxicos mostra-se urgente”. Finalizando a apresentação, sugeriu que o programa Sisbiota seja estendido pelo período mínimo de um ano e solicitou que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), disponibilize um número maior de bolsas para as redes.
Já a coordenadora do primeiro projeto sobre bioprospecção de fungos filamentosos produtores de holoenzimas com aplicação em biorefinaria, professora Maria de Lourdes Teixeira de Moraes Polizeli, fez um balanço do quadro atual de sua rede. “Hoje, temos 123 pesquisadores trabalhando com todos os biomas brasileiros, além de 32 bolsistas, que atuam desde a fermentação sólida e submersa de itens como a palha de trigo até resíduos provenientes de cervejarias”.
Ela mencionou o volume da produção científica da rede para demonstrar parte dos resultados já alcançados. “Tivemos até o momento 120 resumos de publicações, 55 artigos científicos e 16 capítulos de livros”, informou. Polizeli destacou também que o grupo envolvido nos projetos de pesquisa da rede encontrou um novo tipo de fungo. “Não havia estudos sobre o Aspergillus Níveus. Depois da descoberta já fizemos inclusive o sequenciamento genético desse fungo para ter mais informações sobre ele”, completou.
Evento - Ao todo, oito pesquisadores integram o Comitê que avaliará os resultados alcançados a partir da criação das redes de pesquisa proporcionadas pelo Edital MCT/CNPq/MMA/MEC/CAPES/FNDCT - Ação Transversal/FAPs Nº 47/2010). As propostas das redes abrangem os sete biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Zona Costeiro-Marinha.
Os projetos aprovados incluem três linhas centrais de atuação: as sínteses e lacunas do conhecimento da Biodiversidade da Zona Costeiro-Marinha; a pesquisa para ampliação do conhecimento sobre a biota, o papel funcional, uso e conservação da biodiversidade brasileira; e a pesquisa temática para o entendimento e previsão de respostas da biodiversidade brasileira às mudanças climáticas e aos usos da terra. O evento prossegue até quinta-feira (06).
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Fotos: Cláudia Marins – COCOM/CNPq
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas