- Ter, 10 Set 2013 10:11:00 -0300
Pesquisador alerta sobre os cuidados com o café após a colheita
Garantir a safra do próximo ano para os cafeicultores. Este é o objetivo do pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café) e professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Edson Ampélio Pozza. Especialista no tema, ele dá dicas sobre os cuidados necessários no momento da colheita do café com a finalidade de manter a produtividade lavoura.
A colheita do café pode ser efetuada de duas maneiras, mecânica ou manual. Por conta da retirada do fruto ocorrem micro-ferimentos ocasionados pela ação das mãos dos apanhadores ou das hastes das máquinas, neste último caso, seja de pequeno ou grande porte. Estes ferimentos ocorrerem tanto nas folhas quanto nos ramos, desde as laterais até o tronco principal.
De acordo com o pesquisador, vários fungos e bactérias patogênicos podem aproveitar esses ferimentos ou aberturas para infectar o cafeeiro. O processo ocorre mesmo que haja baixa umidade no ar, neste caso o patógeno aproveita-se do ferimento e do molhamento na folhagem resultante do orvalho.
As principais doenças associadas a pós-colheita são a podridão de phoma, a antracnose e as bacterioses. Segundo Pozza, os patógenos podem ainda beneficiar-se de outra operação, a varrição mecanizada, que consiste no recolhimento do café que caiu no solo devido à atuação do maquinário.
“Durante esta operação os patógenos são retirados do chão e colocados sobre folhas. Não é difícil visualizar uma grande nuvem de poeira a quilômetros de distância. Nesse conteúdo existem vários patógenos que sobrevivem nas folhas mortas do chão, conhecidos como necrotróficos”, explica. “Com a presença da porta de entrada, resultante do ferimento e do patógeno, bastam apenas algumas horas de molhamento na folha e temperatura favorável para que o processo infeccioso tenha início”, conclui.
O pesquisador explica que a maioria das lavouras foram plantadas com cultivares suscetíveis às doenças citadas. Para evitar o comprometimento dos cefeeiros, ele recomenda a análise de um profissional treinado e competente para a diagnose e emissão de receituário agronômico, e a pulverização com defensivos agrícolas após a colheita. “Os produtos normalmente são à base de cobre, ditiocarbamatos, anilidas, dicarboximidas e estrobilurinas, entre outros e muitos deles são capazes, também, de reduzir a síntese de etileno. Este hormônio em excesso pode provocar a queda prematura de folhas, frutos e flores”, comenta Pozza. “É importante lembrar que alternar os princípios ativos ou utilizar produtos já formulados em misturas, evita a seleção de patógenos resistentes”, orienta.
Entre os cuidados necessários anteriores à colheita, estão: jamais autorizar a entrada de equipamentos com restos, folhas ou ramos, além do solo de outras propriedades ou até mesmo de outros pontos onde existam plantações de café dentro da mesma propriedade, se eles estiverem infestados por algum patógeno ou se as plantas estiverem doentes.
Procurar aumentar as barreiras de resistência como a camada de cera e a parede celular, com adubação balanceada, principalmente, de potássio e cálcio para tornar as plantas resistentes aos ferimentos, além de assegurar a disponibilidade de água no solo, também integram as técnicas de manejo recomendadas.
“Todos os equipamentos devem estar limpos, lavados e desinfestados com hipoclorito de sódio ou de cálcio, ou ainda com amônia quaternária, entre outros produtos de fácil manuseio que existem no mercado”, ressalta Pozza. “Se o produtor possui lavouras com bacteriose, essas devem ser as últimas a serem colhidas. Caso contrário, às máquinas devem ser desinfetadas antes de serem utilizadas em outras lavouras. Enfim, é necessário o manejo para reduzir o impacto sobre o agroecossistema e sempre procurar aumentar a sustentabilidade da lavoura cafeeira”, diz.
INCT – O INCT Café faz parte do Programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e às Fundações de Amparo à Pesquisa (Fap). Ele está sediado na Universidade Federal de Lavras (UFL), junto ao Polo de Excelência do Café.
Participam da rede do INCT, pesquisadores, bolsistas de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de representantes de diversas instituições de pesquisa, como a Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Café, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Coordenação de Comunicação Social
(Atualizado em 02/10/2013)
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas