Aliar o conhecimento científico e tecnológico com empreendedorismo para ampliar a competitividade das micro e pequenas empresas brasileiras e impulsionar o desenvolvimento do país. Os esforços em torno desse objetivo têm possibilitado a articulação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que assinaram acordo nesta quinta-feira (6) para aprofundar essa cooperação.
Um dos resultados dessa parceria pode ser confirmado, nos últimos quatro anos, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O evento tem a coordenação nacional do MCTI e busca popularizar a ciência e mostrar a sua importância à sociedade, estimulando atividades de educação científica. As ações são realizadas com a colaboração de entidades públicas e privadas. Como parceiro da iniciativa, o Sebrae realizou 864 atividades em todos os estados na edição deste ano, promovida entre os dias 13 e 19 de outubro.
O balanço foi apresentado pelo diretor técnico da entidade, Carlos Alberto dos Santos, durante a assinatura de acordo, que visa apoiar a promoção de ações de convergência entre o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), do ministério, o Sebraetec, do Sebrae, e outros programas de inovação nas empresas, além de promover extensão tecnológica.
O documento de cooperação técnica foi assinado pelo ministro do MCTI, Clelio Campolina Diniz, e pelo presidente do Sebrae, Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho. O diretor técnico da entidade, que também foi signatário, destacou o trabalho conjunto com o MCTI, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Finep e, especialmente, da SNCT.
De acordo com Carlos Alberto dos Santos, as ações e o alcance das iniciativas – a exemplo de oficinas tecnológicas, palestras, atendimento – têm sido crescentes desde 2011, quando foram promovidas 368 atividades pelo Sebrae na semana nacional, com a participação de 5.390 empresas, em 23 unidades da federação, com investimentos em torno de R$ 4 milhões.
Em 2014, foram mais de 16 mil empresas envolvidas nos eventos movimentando recursos da ordem de R$ 21,4 milhões. "Esse acordo não é um ponto de partida, mas a consolidação de uma larga cooperação", afirmou. "Uma gama de possibilidades a partir desse convênio serão melhoradas, otimizadas e aprofundadas."
Cooperação técnica - O documento assinado hoje no CNPq, em Brasília – em evento que também teve a participação do secretário executivo do MCTI, Alvaro Prata, e do presidente da agência, Glaucius Oliva –, prevê a definição de uma estratégia nacional direcionada às empresas incubadas, desenvolvendo projetos utilizando o programa Sebraetec, alinhado com o desenvolvimento de uma rede Sibratec para as suas respectivas incubadoras.
A meta é investir na capilaridade desses programas e fomentar projetos de cooperação envolvendo micro e pequenas empresas nacionais e instituições científicas e tecnológicas (ICTs), voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento.
A parceria prevê a construção de fóruns – espaços de debate, apresentação de casos de sucesso e oficinas para elaborar modelos de inovação para as micro e pequenas empresas – e a ampliação do número de empreendimentos atendidos e do portfólio de serviços ofertados pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT), além da sensibilização de empresários durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, para a adoção de serviços oferecidos pelo Sebraetec e pelo Sibratec.
Também serão disseminados novos modelos de atendimento tecnológico, como o Tecshop, metodologia baseada na Rede Techshop nos EUA, que proporciona aos clientes o acesso a equipamentos, ferramentas e softwares, e centros de aprendizagem especializados para garantir que os empreendedores consigam transformar ideias em negócios. Outra frente é o apoio à implementação do projeto SibratecShop, com o objetivo de ofertar acesso infraestrutura e apoiar empreendedores e empresas nascentes e incubadas.
Capilaridade - O ministro Campolina apontou a inserção territorial do Sebrae, por sua presença em todo o país, como um importante instrumento para viabilizar o acesso ao conhecimento científico e tecnológico. O ministério, conjugado com instituições como o CNPq , pretende acessar todo o todo o sistema acadêmico universitário e fazer essa ponte com a entidade, comentou. "Essa é a riqueza da aliança. A capilaridade é como acessar as pequenas e médias empresas, mobilizando a competência científica e tecnológica brasileira para modernização dessas empresas".
O titular do MCTI falou da importância de apoiar as pequenas empresas para o desenvolvimento do país e da participação delas em inovações radicais. "A estrutura produtiva está permanentemente mudando, então surgem novos setores e novas atividades, e são esses novos empreendedores que vão modernizar o sistema", disse.
Por sua vez, o secretário Alvaro Prata ressaltou a importância da parceria para o fortalecimento das inciativas do ministério e lembrou as ações desenvolvidas pelo Sebrae em prol do empreendedorismo no país. "A inovação diminui se não vier associada à atividade empreendedora e sabemos que o Brasil precisa de desenvolvimento tecnológico e de inovação, mas, sobretudo, de empreendedores", pontuou o representante do MCTI, que foi também secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do órgão.
"É importante para o Sebrae contribuir para que nós possamos ter uma política de Estado de ciência, tecnologia e inovação", afirmou o presidente da instituição, Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho. "Isso é fundamental porque complementa o empreendedorismo brasileiro."
Texto alterado às 20h33 para acréscimo de informações
Fonte: MCTI