- Seg, 06 Abr 2015 10:36:00 -0300
Bolsista do Ciência sem Fronteiras pesquisa aumento da produção da vacina para Ebola
A jovem pesquisadora Tâmara Prado de Morais (28 anos) faz doutorado-sanduíche na área de Ciência das Plantas com bolsa do Ciência sem Fronteiras (CsF), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No início de 2015, foi convidada pela Universidade da Califórnia em Davis (EUA), onde é bolsista do CsF, a integrar o grupo de pesquisa que está estudando o aumento da produção de anticorpos contra o vírus do Ebola.
De acordo com a bolsista, a National Science Foundation (NSF) concedeu à equipe de pesquisadores da UC-Davis recursos para serem aplicados na forma de aumentar a produção do medicamento Zmapp. Este medicamento, uma mistura de anticorpos criados e extraídos da planta de tabaco, foi desenvolvido pela biofarmacêutica Mapp, de San Diego, em parceria com o governo norte-americano e laboratórios canadenses, mas a produção é muito limitada. Os pesquisadores da UC-Davis buscam uma forma de produzir o mesmo medicamento de forma mais rápida e em grandes quantidades. Para isso, trabalham na geração de anticorpos de células vegetais a partir do cultivo em biorreatores, evitando, assim, a limitação de gerá-los a partir de uma planta viva.
Tâmara, que é engenheira agrônoma e mestre em agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é orientada no Brasil pelo Professor José Magno Queiroz Luz, do Instituto de Genética e Bioquímica da UFU, e, na UC-Davis, pelo Professor Abhaya Dandekar. Ao ser convidada a integrar o grupo, a pesquisadora ficou lisonjeada por confiarem no seu trabalho. "Estou ciente da importância desse projeto na área da saúde, da repercussão da notícia e das expectativas dos resultados. Por isso, me empenho a cumprir meu trabalho com êxito e rapidez para que a próxima etapa se inicie e, ao final, possamos dispor de um processo eficaz de produção de anticorpos que atenda à demanda", disse Tâmara.
A pesquisadora Tâmara Prado de Morais concedeu entrevista ao CNPq e falou sobre o desenvolvimento da pesquisa e suas expectativas.
CNPq -Desde quando está inserida no grupo de pesquisa e até quando ficará em San Diego?
Já foi definida qual será sua participação? Iniciei o Doutorado Sanduíche na University of California (UC-Davis) em Outubro/2014, desenvolvendo parte de meu projeto de tese no Laboratório do Prof. Abhaya Dandekar. A oportunidade de participar do grupo de pesquisa contra Ebola surgiu em Janeiro/2015, em virtude do recente surto da doença e da necessidade de produzir anticorpos em larga escala. Como o Laboratório do Prof. Dandekar é reconhecido pelo trabalho com expressão de proteínas em plantas, foi selecionado para participar do grupo. Uma vez que já estava trabalhando no laboratório e a metodologia do projeto do Ebola é semelhante à que utilizo na minha pesquisa de doutorado, fui convidada para participar da equipe. Sou responsável pela clonagem dos anticorpos contra o vírus e pela confirmação de sua expressão em plantas de tabaco (Nicotiana benthamiana). Esta consiste na primeira etapa do projeto. A partir da nossa pesquisa, outros laboratórios darão continuidade ao processo de produção do medicamento contra o Ebola. O período do doutorado sanduíche é de seis meses. Quando do meu regresso ao Brasil, pretendemos ter concluído a etapa pela qual nosso laboratório é responsável.
CNPq - Qual é sua expectativa em relação ao desenvolvimento do medicamento em maior escala? Os custos são muito altos? Quantas pessoas fazem parte da equipe? Há outros bolsistas estrangeiros no grupo?
A expectativa é que esta pesquisa contribua para o desenvolvimento de novos processos de biofabricação de proteínas contra o vírus do Ebola, aumentando significativamente a sua capacidade de produção. Ao otimizar as condições de fabricação, espera-se obter aumento de 100 vezes na produtividade para a mesma massa de material vegetal. Além disso, a metodologia que propomos poderá ser aplicada na produção de anticorpos contra outras doenças. Inferir como será a reprodução dos ensaios conduzidos em laboratório dentro de biofábricas ainda é audacioso, uma vez que o projeto está em fase inicial. A pesquisa é promissora, com respaldo científico e conta com pesquisadores competentes e de excelente nível intelectual. No entanto, até obtermos resultados preliminares, preferimos não opinar a respeito.
O projeto é intitulado: "RAPID: Novel Bioreactor-Based Systems for Producing Anti-Ebola Monoclonal Antibodies in Nicotiana benthamiana Plant Cell Suspension Culture" e é financiado pelo National Science Foundation. A equipe conta com a orientação de professores da Universidade da Califórnia (UC-Davis).
CNPq - Qual é a linha do seu projeto para a tese de doutorado desenvolvida no Brasil e como acredita que a participação nesse grupo poderá contribuir para o avanço da sua pesquisa?
Minha pesquisa visa ao desenvolvimento de plantas resistentes a fitobacterioses através da expressão de proteínas vegetais antimicrobianas. Como mencionei, a metodologia é semelhante à do projeto para produção de anticorpos contra Ebola. Ainda, a participação nesse grupo é uma excelente oportunidade para ampliar meu networking, aperfeiçoar técnicas de engenharia genética e melhorar meu currículo.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Foto: Arquivo Pessoal
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas