- Sex, 21 Ago 2015 09:28:00 -0300
Egresso do Ciência sem Fronteiras descobre nova espécie de morcego
A pesquisa do cientista Ricardo Moratelli, da Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz Mata atlântica, foi destaque na BBC.. Enquanto estava nos Estados Unidos como bolsista do CNPq pelo programa Ciência sem Fronteiras, Ricardo Moratelli descobriu uma nova espécie de morcego, capturada pela primeira vez em 1905, no agreste da Bahia.A pesquisa do cientista Ricardo Moratelli, da Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz Mata atlântica, foi destaque na BBC.
Enquanto estava nos Estados Unidos como bolsista do CNPq pelo programa Ciência sem Fronteiras, Ricardo Moratelli descobriu uma nova espécie de morcego, capturada pela primeira vez em 1905, no agreste da Bahia. A descoberta se deu durante estudos de coleções do gênero Lonchophylla, morcego que se alimenta de néctar, depositadas no Museu de História Natural do Smithsonian.
Moratelli chegou ao Smithsonian para um estágio de pós-doutorado financiado pelo Programa. A proposta era estudar a diversidade taxonômica de morcegos insetívoros do gênero Myotis, mas a abrangência da coleção da instituição o instigou a estudar outros gêneros de morcegos, e mesmo outros mamíferos.
Durante sua temporada no Smithsonian, Ricardo descobriu cerca de 8 espécies novas de morcegos em 4 diferentes gêneros, dessas espécies, quatro já estão formalmente descritas e as demais estão em preparação ou fase final de análise. Com relação a sua mais recente descoberta, o pesquisador explica como ela se deu: "Logo após descrever uma outra espécie de morcego nectarívoro do Sudeste do Brasil (Lonchophylla peracchii), continuei analisando as amostras de Lonchophylla do Brasil disponíveis no Smithsonian. Foi aí que me deparei com um espécime da série original da descrição de L. mordax e percebi que o que chamávamos de L. mordax no Brasil desde 1926, era algo diferente do que eu tinha em mãos".
O passo seguinte foi iniciar uma cuidadosa investigação para reunir evidencias para entender o quebra cabeça que tinha se formado. "Dois anos após iniciar a pesquisa, concluímos que a maior parte dos morcegos que vinham sendo identificados como L. mordax eram, na verdade, representantes de uma nova espécie".
O pesquisador alerta para a importância de estudos taxonômicos e da descrição de novas espécies "Descrever uma nova espécie é o primeiro passo para conhecer sua biologia e suas interações e também para preservá-la; pois não podemos preservar o que não conhecemos".
Um exemplo disso é um estudo feito na década de 1980 que mostra que a espécie L. bokermanni pode ser o polinizador específico de uma bromeliácea. Ricardo, em colaboração com dois outros pesquisadores, verificaram que, diferente do que se pensava, L. bokermanni apresenta uma distribuição muito restrita e é conhecida de apenas 10 indivíduos capturados até hoje, podendo ser uma das espécies de morcegos mais ameaçadas de extinção do Brasil. Se realmente se confirmar que o morcego esteja ameaçado de extinção, essa bromeliácea também estará sob ameaça. Nesse caso em particular, foi preciso descrever uma espécie (L. peracchii) para descobrir que outras duas (o morcego [bokermanni] e a bromeliácea) podem estar ameaçadas.
TrajetóriaA trajetória de Ricardo na pesquisa científica vem sendo acompanhada pelo CNPq desde a graduação, quando foi bolsista de Iniciação Cientificana graduação em Ciências Biológicas e no mestrado em Biologia Animal, ambos na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ricardo também é doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e fez o Pós-Doutorado, no Museu de História Natural do Smithsonian,pelo Programa Ciência sem Fronteiras.
O período de estudo nos Estados Unidos, segundo Ricardo, foi importante e muito enriquecedor. "A bolsa do Programa Ciência sem Fronteiras me proporcionou uma ampla capacitação em áreas que vão muito além do projeto que foi aprovado para ser desenvolvido. Posso dizer que me tornei especialista em áreas hoje muito pouco representadas na Zoologia".
Ricardo foi convidado para ser editor de área do Journal of Mammalogy ¿ a revista científica mais importante da área de Mastozoologia; e para ser pesquisador associado do Smithsonian, assim ele continua interagindo e colaborando com pesquisadores de lá.
Também foi destaque na revista Nature, quando identificou um morcego do gênero Myotis, recolhido em fevereiro de 1979 em uma floresta equatoriana nas encostas ocidentais dos Andes.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Fotos: Chris Maddaloni/Nature; Micaela Jameson/Bat Conservation International
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas