- Ter, 17 Jan 2012 12:02:00 -0200
Pesque uma nova ideia
Peixe pouco conhecido é alternativa para incrementar a produção nacional e aumentar o consumo por parte da populaçãoPeixe pouco conhecido é alternativa para incrementar a produção nacional e aumentar o consumo por parte da população
Os brasileiros passaram a comer mais peixe. É o que indica a análise realizada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009, representa um aumento de 40 % nos últimos sete anos. O novo índice se aproxima do considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é 12 kg por habitante/ano. O volume anual consumido pela população brasileira é de 1,7 milhão de toneladas. Porém muitos peixes estão desaparecendo dos nossos mares e rios.
Um estudo desenvolvido pelo pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq/MCT), Lauro Saint Pastous Madureira revela que poucas espécies de peixes no Brasil possuem potencial para incrementar a produção brasileira de pescado com volumes significativos. Muitas espécies estão super exploradas, dentre essas, atuns e outros peixes predadores.
Essa informação foi possível depois que Madureira e sua equipe fizeram um levantamento na costa brasileira, mapeando-a durante milhares de quilômetros. Os estudos foram acompanhados por um censo nos principais portos de descarga de pescado, e integraram uma iniciativa do Governo Federal através do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva do Brasil (REVIZEE).
Durante este estudo foi confirmada a ocorrência de um peixe muito nutritivo que se encontra em abundância na costa sul brasileira, a Engraulis anchoita , um peixe que atinge no máximo 16 centímetros, sendo um pouco menor que a sardinha, mas com sabor e textura semelhantes à deste pescado tão popular. No Brasil a anchoita está entre as espécies mais abundantes, porém não está entre as mais pescadas e apreciadas. Os cardumes começam a aparecer a partir de maio e junho e o pico de abundância ocorre entre agosto e setembro. Esta espécie também é encontrada no Uruguai e na Argentina onde é bem conhecida e obtém boa aceitação comercial.
Popularizando o peixinho
Um dos principais objetivos do projeto é criar aceitação para o peixe, que poderá representar cerca de 20% da produção brasileira de pescado. "A anchoita possui grande potencial de mercado, seja institucional, seja para a produção de iguarias como o aliche, produzido na Europa e vendido a altos preços. Hoje no Brasil não há pesca, mas haverá e esta pesca poderá atingir milhares de toneladas, a depender de um mercado consumidor e de uma política de governo que estabeleça níveis seguros de produção", explica Madureira.
O projeto "A safra da anchoita no Brasil" surgiu com o intuito de introduzir no cardápio dos brasileiros essa alternativa alimentar que é extremamente nutritiva, possui altos níveis de Omega 3 e proteínas. A anchoita enlatada produzida pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) contém baixo teor calórico (light) e baixa quantidade de sal. Alguns testes de aceitabilidade já foram feitos com o produto e os resultados foram positivos. O próximo passo é realizar amplas avaliações em escolas do Rio Grande do Sul, milhares de alunos com idades entre 08 e 18 anos vão receber o produto enlatado, anchoita com molho de tomate.
Os estudantes terão ainda lições sobre hábitos alimentares saudáveis. O principal objetivo é reforçar a introdução do peixe no cardápio diário da população. "Os alunos aprenderão sobre o novo alimento, comparando-o a outros produtos mais familiares como carnes bovinas, suínas e aves, mostrando que pode haver hábitos alimentares saudáveis com a ingestão de pescado e que a anchoita é uma ótima alternativa", afirma Madureira.
Durante a pesquisa também foram produzidos risotos, nuggets, salsichas e sopas com alto teor protéico. Segundo Lauro, as sopas são excelentes para pacientes hospitalares com dificuldade de absorção ou até mesmo de engolir. Já os enlatados têm uma vida de prateleira de quatro anos, portanto podem ser enviadas sem risco a qualquer lugar, por exemplo, aqueles com carências ou safras agrícolas ruins.
O projeto conta com financiamento do CNPq/MCT, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas