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Carlota Pereira de Queiroz (1892-1982)Médica e Política. Primeira mulher eleita deputada federal no Brasil
Nasceu na cidade de São Paulo no dia 13 de fevereiro de 1892, filha de José Pereira de Queirós e de Maria de Azevedo Pereira de Queirós. Carlota formou-se na Escola Normal da Praça da República, em São Paulo, onde concluiu o curso secundário. Foi inicialmente inspetora da Escola Normal de São Paulo de 1910 a 1913 e tornou-se professora em 1914. Em 1920, veio lecionar no Rio de Janeiro e ainda nesse ano ingressou na Faculdade de Medicina de São Paulo...Nasceu na cidade de São Paulo no dia 13 de fevereiro de 1892, filha de José Pereira de Queirós e de Maria de Azevedo Pereira de Queirós. Carlota formou-se na Escola Normal da Praça da República, em São Paulo, onde concluiu o curso secundário. Foi inicialmente inspetora da Escola Normal de São Paulo de 1910 a 1913 e tornou-se professora em 1914. Em 1920, veio lecionar no Rio de Janeiro e ainda nesse ano ingressou na Faculdade de Medicina de São Paulo. Em 1922, deixou o Jardim de Infância de São Paulo e assumiu o cargo de diretora dos cursos noturnos da Mooca e em 1923 dirigiu a Escola Noturna Feminina de São Paulo e reingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, formando-se em 1926, com a tese Estudos sobre o câncer, monografia vencedora do prêmio Miguel Couto. Ainda em 1926 tornou-se diretora da escola das Mãezinhas do Hospital Artur Bernardes, no Rio de Janeiro. Em 1928, assumiu a chefia do laboratório da clinica pediátrica da Faculdade de Medicina de São Paulo. Em 1929, viajou para a Suíça para fazer um estudo sobre dietética infantil, patrocinado pelo governo paulista. Seu envolvimento político deu-se na Revolução Constitucionalista de 1932 (julho a outubro) que mobilizou o Estado de São Paulo, contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Carlota organizou um grupo de setecentas mulheres para providenciar assistência aos feridos. Esse trabalho conferiu a Carlota grande prestígio e foi indicada na relação dos vinte e dois candidatos da Chapa Única por São Paulo Unido, elaborada pela Federação dos Voluntários. Como as principais lideranças paulistas tanto do Partido Republicano Paulista (PRP) como do Partido Democrático (PD) estavam exiladas, mas os partidos não eram impedidos de concorrer, estes decidiram se unir e apresentar uma chapa única, tendo a destacada atuação de Carlota durante o episódio revolucionário garantido a ela um lugar na citada chapa. Empossada em novembro de 1933, Carlota participou dos trabalhos constituintes integrando a Comissão de Saúde e Educação. Foi de sua autoria o primeiro projeto brasileiro sobre a criação de serviços sociais no país. O estabelecimento da obrigatoriedade de verbas destinadas à assistência social possibilitou a construção da Casa do Jornaleiro e do laboratório de Biologa Infantil, anexo ao Serviço de Menores.Eleita deputada federal nas eleições de outubro de 1934 na legenda do Partido Constitucionalista de São Paulo, permaneceu na Câmara Federal até a promulgação do Estado Novo e o conseqüente fechamento do Congresso Nacional em novembro de 1937. Em 1934, havia ingressado no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Em 1942, foi eleita membro da Academia Nacional de Medicina.
Nas eleições posteriores a partir dos anos 1940 apresentou-se algumas vezes, mas foi derrotada e não foi mais eleita para nenhum mandato político. Em 1950 fundou a Associação Brasileira de Mulheres Médicas que presidiu por vários anos e apoiou o movimento político-militar de 1964.
Teve uma intensa vida profissional, com passagens em hospitais alemães, franceses e suiços, membro da Academia Paulista de Medicina e da Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires e membro correspondente da Associación Française pour l’Étude du Cancer.
Faleceu em São Paulo no dia 14 de abril de 1982.
Publicações: Sistema Froebel e Montessori (1920), Estudos sobre o Câncer (1926), Diário de um Tropeiro (1937), Exame Hematológico e Medicina Social, Exame de Hemorragias nas Tonsilectomias (1940), Das Vantagens de generalização do exame hematológico e sua aplicação em medicina social (1941), Vida e Morte de um Capitão-Mor e Um fazendeiro paulista no século XIX.
Fontes: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro: 1930-1981. FGV, Rio de Janeiro, Ed.Forense-Universitária, 1984. 1º vol. Melo, Hildete Pereira de & Casemiro, M. Carolina P., “A Ciência no feminino: uma análise da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciência”, em revista do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, UERJ, 2003.
Autoria: Hildete Pereira de Melo é Doutora em Economia, Professora Associada da Universidade Federal Fluminense, editora da revista Gênero, pesquisadora da área de Relações de Gênero, História da Ciência, Feminismos, Economia Brasileira.
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