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AMÉLIA IMPÉRIO HAMBURGER (1932 - 2011)Física
Neta de imigrantes italianos que vieram para o Brasil no final do século XIX, Amélia Império Hamburger, filha de Domingos Império e Helena Fausto Império, nasceu em 12 de julho de 1932 em São Paulo. Estudou no Ginásio Estadual Caetano de Campos e no Colégio Rio Branco. Formou-se bacharel em Física na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP) em 1954, então situada na Rua Maria Antonia.Neta de imigrantes italianos que vieram para o Brasil no final do século XIX, Amélia Império Hamburger, filha de Domingos Império e Helena Fausto Império, nasceu em 12 de julho de 1932 em São Paulo. Estudou no Ginásio Estadual Caetano de Campos e no Colégio Rio Branco. Formou-se bacharel em Física na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP) em 1954, então situada na Rua Maria Antonia. Estudou e trabalhou com a primeira geração de físicos brasileiros, formada pelos cientistas italianos Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini, fundadores do Departamento de Física dessa Faculdade, como Mário Schenberg, Marcello Damy de Souza Santos, César Lattes e Oscar Sala. Teve sua iniciação científica no Laboratório do Acelerador Eletrostático Van de Graaff, dirigido por Oscar Sala. De 1957 a 1960, Amélia esteve na Universidade de Pittsburgh, nos EUA, onde obteve o título de mestre, após ser co-autora de um trabalho de Física Nuclear Experimental publicado no 1º número da então nova e já prestigiosa revista Physical Review Letters. Ao voltar foi contratada no Departamento de Física da FFCLUSP, onde se tornou professora assistente em 1964. Entre 1965 e 1967, voltou a Pittsburgh, agora na Universidade Carnegie Mellon, onde trabalhou em Física do Estado Sólido. De volta a S. Paulo dedicou-se a pesquisas na nova área de pós-graduação em Ensino de Ciências, orientando muitos estudantes. Seus trabalhos são interdisciplinares, envolvendo história, epistemologia da ciência, psicologia e aprendizagem. Organizou o acervo documental do Departamento de Física da FFCLUSP e divulgou-o em exposições. Colaborou na criação de várias exposições didático-científicas sobre a física nuclear no Brasil.
Foi ativa em sociedades científicas e profissionais, tendo sido membro fundador e do Conselho e da Diretoria da SBF (Sociedade Brasileira de Física), e conselheira e/ou membro da diretoria da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), SBHC (Sociedade Brasileira para História da Ciência) e ADUSP (Associação de Docentes da USP).
Suas publicações, além dos artigos de pesquisa e ensino de ciências, abrangem as áreas de história da física e história da ciência, política científica e tecnológica no Brasil, cooperação científica internacional e artes plásticas. Entre suas publicações estão Obra científica de Mario Schenberg vol.1, organização e editoração (Edusp, 2009), vencedor do Prêmio Jabuti em 2010 na categoria de Ciências Exatas, Tecnologia e Informática; FAPESP 40 anos - Abrindo Fronteiras (FAPESP/Edusp, 2004), da qual foi organizadora e editora, e co-autora emUma História de Política Científica e Tecnológica (FAPESP, 1999), organizado por Shozo Motoyama e Marilda Nagamini;A ciência e as relações Brasil-França 1850-1950, co-organizadora e co-autora (Edusp/FAPESP,1996).
Após a morte precoce de seu irmão Flávio Império, professor, arquiteto, artista plástico e cenógrafo, Amélia fundou, em 1989, junto com Renina Katz, Mauricio Segal, José Mindlin, Maria Theresa Vargas, entre outros amigos, a Sociedade Cultural Flávio Império. Nessa qualidade organizou, com Renina Katz, o livro Flávio Império, da série Artistas Brasileiros publicado pela Edusp, em 1999 e impulsionou diversas exposições sobre o seu trabalho.
Amélia faleceu em São Paulo, em 1º de abril de 2011 aos 78 anos de idade, deixando um legado de mais de quarenta anos de intensas atividades como docente, pesquisadora e divulgadora da ciência. Foi casada com o físico e professor Ernst Wolfgang Hamburger, com quem teve os filhos Esther, Sônia, Carlos (Cao), Vera e Fernando (Feco), atuantes no cenário acadêmico, artístico e cultural do país. Por sua significativa contribuição para o desenvolvimento da ciência brasileira recebeu diversas homenagens in memoriam, citamos duas: na 63ª Reunião Anual da SBPC, realizada em julho de 2011 na Universidade Federal de Goiás e a Medalha Anchieta concedida pela Câmara Municipal de São Paulo em sessão solene de 26 de setembro do mesmo ano.
Fontes:
Silvio Salinas, professor do IF-USP, organizador e autor, com Antônio Augusto Videira, do livro A Cultura da Física: Contribuições em Homenagem a Amélia Império Hamburger, Ed. Livraria da Física, 2001; Agência Fapesp http://agencia.fapesp.br/13676; Plataforma Lattes - CNPq http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780525A6; e Noticiência
http://noticienciadigital.blogspot.com.br/2011/04/fisica-nuclear-perde-amelia-hamburger.htmlAutoria: Ligia Pavan Baptista e família Hamburger
Ligia Pavan Baptista é Professora de Ética e Política na Universidade de Brasília
Bacharel, Mestre e Doutora em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
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