-
Sonia Dietrich (1935 - 2012)Bióloga e Bioquímica Vegetal
Nasceu em São Paulo (SP) em 27 de janeiro de 1935 e é considerada uma das pioneiras no desenvolvimento da fisiologia e bioquímica de plantas. Formou-se em história natural na Universidade de São Paulo em 1957.Nasceu em São Paulo (SP) em 27 de janeiro de 1935 e é considerada uma das pioneiras no desenvolvimento da fisiologia e bioquímica de plantas. Formou-se em história natural na Universidade de São Paulo em 1957. Já em 1960 trabalhou no grupo do famoso bioquímico argentino Luis Federico Leoir, ganhador do Prêmio Nobel de 1970 pela descoberta do mecanismo principal da síntese de carboidratos em seres vivos. De 1964 a 1966 trabalhou na University of Wisconsin-Madison e de 1967 a 1969 realizou seu doutorado em bioquímica de alcaloides na University of Saskatchewan no Canada.
Sonia Dietrich trabalhou por toda a carreira (1959 a 1992) e posteriormente como Professora Visitante (de 1992 até a sua morte em 2012) no Instituto de Botânica de São Paulo, onde consolidou a liderança da Seção de Fisiologia e Bioquímica de Plantas (hoje o Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Bioquímica).
A sua liderança consolidou uma dos mais fortes grupos de pesquisa em carboidratos de plantas do Brasil e formou estudantes através dos programas de pós-graduação em Biologia Molecular da Universidade Federal de São Paulo (então Escola Paulista de Medicina), Botânica da USP e da UNICAMP, em todo o Brasil. Orientou 27 teses e dissertações ao longo de 37 anos de carreira, produzindo 102 trabalhos científicos. Já aposentada, Sonia Dietrich liderou a formação e foi a primeira coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade, o primeiro do país.
Na Ciência, conduziu estudos pioneiros da busca de polissacarídeos (notadamente os polissacarídeos de parede celular e os frutanos) em plantas nativas do Brasil, descobrindo um grande número de novas espécies úteis e ao mesmo tempo ajudando a compreender a importância destes compostos na evolução biológica em plantas. As descobertas de Sonia Dietrich e seus alunos estão possibilitando hoje o desenvolvimento de aplicações de polissacarídeos de plantas brasileiras em biotecnologia. Ao mesmo tempo, deu início aos principais trabalhos que levaram ao estabelecimento de modelos biológicos de espécies nativas para os estudos fisiológicos e bioquímicos, ajudando a compreender vários dos mecanismos de estabelecimento de espécies brasileiras à Mata Atlântica e ao Cerrado. Neste sentido, a sua atuação científica pioneira abriu as portas para o conhecimento do funcionamento da biodiversidade brasileira o que contribuiu com os primeiros esforços de conservação da biodiversidade.
Sonia Dietrich foi também uma das pesquisadoras pioneiras em estudos dos mecanismos de resposta de defesa de plantas, produzindo trabalhos fundamentais, como por exemplo nas respostas bioquímicas do cafeeiro à ferrugem, que tem reconhecimento internacional. Em muitas oportunidades, mesclou as duas linhas de pesquisa e produziu trabalhos em que estudou o papel dos polissacarídeos de parede celular nos mecanismos de defesa das plantas.
Sonia Dietrich foi uma figura de grande importância no cenário científico nacional, participando ativamente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, do Conselho Deliberativo do CNPq e sendo membro da Academia Brasileira de Ciências. Nestes foros, Sonia Dietrich foi uma das pesquisadoras que ajudou a consolidar a estabilidade do financiamentos à pesquisa que o Brasil apresenta desde o início do século XXI.
Sua atuação foi fundamental em São Paulo, onde foi presidente da Comissão Permanente de Tempo Integral (CPRTI) por vários anos e consolidando a carreira de Pesquisador Científico nos 18 Institutos de Pesquisa de São Paulo. O seu rigor e valorização da qualidade científica lhe valeu o apelido de Dama de Ferro, sendo temida e respeitada por sua inteligência sagaz e profundo senso crítico.
Sonia Dietrich foi também um personagem fundamental para a Biologia no Brasil, pois foi Vice-presidente do Conselho Federal de Biologia e atou como um dos principais pesquisadores na luta para a regulamentação da carreira de biólogo em nosso país.
No cenário internacional, foi fundadora da Rede Latinoamericana de Botânica (RLB) e membro da Rede Latinoamericana de Biologia, (RELAB) sendo uma das responsáveis por iniciar a integração científica na região através da consolidação de cursos e abrindo oportunidades para a troca de estudantes de pós-graduação entre os diferentes países da América Latina.
A sua última contribuição foi como editora-chefe da Revista Brasileira de Botânica, tendo sido responsável pela transformação desta em Brazilian Journal of Botany (Springer), oficialmente registrado um dia antes de sua morte.
Autoria: Marcos Silveira Buckeridge
Professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Realiza pesquisas em fisiologia, bioquímica e biologia molecular de plantas com enfoques no funcionamento de árvores tropicais, respostas de plantas às mudanças climáticas globais e bioenergia.
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas