-
Yvonne Primerano Mascarenhas (1931 - )Química
Nasceu em 21 de julho de 1931, em Pederneiras, interior do Estado de São Paulo, sendo a primeira das duas filhas do casal Francisco Primerano e Luiza Lopes Primerano. O pai era filho de imigrantes italianos oriundos da Calábria.Nasceu em 21 de julho de 1931, em Pederneiras, interior do Estado de São Paulo, sendo a primeira das duas filhas do casal Francisco Primerano e Luiza Lopes Primerano. O pai era filho de imigrantes italianos oriundos da Calábria. Quando ela tinha dez anos, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, em função do trabalho do pai, e fixou-se em Copacabana. Nessa cidade, Yvonne cursou o clássico no Colégio Mello e Souza, uma escola particular tradicional. Em 1953, graduou-se em Química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano seguinte, obteve o título de bacharel em Física pela Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em 1956, foi contratada como professora assistente pela Escola de Engenharia de São Carlos, na época única unidade da Universidade de São Paulo na cidade.
Seu interesse pela cristalografia teve início no Rio de Janeiro, ao participar de uma disciplina ministrada pelo professor Elisiário Távora, cujo principal interesse era a Geoquímica e que acabava de retornar de seu doutorado, realizado no Massachusetts Institute of Technology sob a orientação de M. J. Buerger, renomado cristalógrafo e mineralogista americano. O curso evidenciou a forte correlação existente entre a estrutura cristalina e as propriedades dos materiais. Esse interesse consolidou-se durante um estágio de pesquisa no laboratório de cristalografia da Universidade de Pittsburgh, entre 1959 e 1960, realizado com apoio da Comissão Fulbright. Voltando ao Brasil, defendeu em 1963, na Escola de Engenharia de São Carlos, a tese de doutorado intitulada “Determinação de estruturas cristalinas por difração de raios X: estudo do formato manganoso bi-hidratado”, sob a orientação do Dr. Theodureto de Arruda Souto. Após se doutorar, foi pesquisadora na Universidade de Princeton, em 1966, novamente com apoio da Comissão Fulbright, e professora visitante no Instituto Politécnico Nacional do México, em 1967.
Já na década de 60, seus trabalhos em cristalografia, pioneiros no Brasil, originaram o grupo de cristalografia do Instituto de Física e Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo. O contato com cristalógrafos do exterior, durante seus vários estágios como professora visitante, incentivou-a a fundar, junto com outros pesquisadores, a Sociedade Brasileira de Cristalografia, em 29 de outubro de 1971. Foi presidente desta entidade em diversas ocasiões, mesmo depois de sua aposentadoria.
Em 1971, obteve o título de livre-docente pela Escola de Engenharia de São Carlos. Atuou ainda como professora visitante na Harvard Medical School, de 1972 a 1973, e no Birkbeck College da Universidade de Londres, entre 1979 e 1980. Foi professora titular do Instituto de Física e Química de São Carlos a partir de 1981. Quando, em 1994, esta unidade foi dividida nos Institutos de Física e de Química, a professora Yvonne permaneceu no primeiro, até sua aposentadoria compulsória em 2001. No entanto, nunca se desligou das atividades de pesquisa e ensino.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 2001, foi agraciada com dezenas de prêmios e títulos, entre os quais se destaca o da Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe Grã-Cruz, concedido em 1998 pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Mais recentemente, em 2013, foi homenageada com o título de pesquisadora emérita do CNPq.
Em sua trajetória acadêmica, orientou inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado, tendo publicado mais de 150 artigos, em revistas indexadas, sobre cristalografia.
Além da paixão pela cristalografia, a professora Yvonne dedica-se também à difusão científica. Coordena desde 2001um grupo de trabalho sobre o tema no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, além de uma agência de difusão cientifica no portal Ciência Web. É também engajada em artes, e principalmente em música. Nos anos 70, deu apoio ao curso de iniciação musical organizado para os estudantes da Escola de Engenharia de São Carlos, na Fazenda Monte Alegre, em Descalvado. No início dos anos 90, coordenou o movimento de música erudita da Fundação Theodoreto Souto. Foi casada com o professor e pesquisador Sergio Mascarenhas, com quem teve quatro filhos, Sergio Roberto, Yvone Maria, Helena e Paulo Roberto.
Yvonne continua atuante, como colaboradora e professora aposentada em exercício, no Instituto de Física de São Carlos. Na homenagem que recebeu do Instituto por ocasião de seus 80 anos, foi chamada de “o cristal de Pederneiras”.
Fontes:
Academia Brasileira de Ciências:
http://www.abc.org.br/resultado.php3?codigo=yvonne
Plataforma Lattes:http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4787982Z6
Blog Além das Facetas: http://ccmc.ifsc.usp.br/alemdasfacetas/
Entrevistas por telefone com a professora Yvonne em dezembro de 2013.
Autoria: Ana Candida Martins Rodrigues.
Professora do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos.
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas