-
Aïda Espinola (1920 - )Química
Aïda Espinola nasceu no dia 18 de abril de 1920, na Rua Conde de Bonfim, Bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, em uma casa de uma vila, muito confortável.Aïda Espinola nasceu no dia 18 de abril de 1920, na Rua Conde de Bonfim, Bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, em uma casa de uma vila, muito confortável.
Sua família mudou-se da Tijuca para Ipanema, próximo à Praça Nossa Senhora da Paz, que, ao tempo, era denominada Praça Souza Ferreira. Depois de Ipanema, a família mudou-se para a Rua Xavier da Silveira, em Copacabana, no primeiro quarteirão próximo à praia,
O primário e o ginasial foram cursados no Colégio Mallet Soares, na Rua Xavier da Silveira, Copacabana. Em 15 de dezembro de 1935, concluiu o ginasial com apenas 15 anos de idade.
O seu grande sonho era ser "doutora", cursar medicina. Seu pai, aconselhado por um amigo que trabalhava com ele, e que lhe dizia: "Esta menina é muito bonita. Se ela for cursar medicina, que são seis anos, ela não completará o curso, porque casará bem antes. Ela tem de fazer Química, que são 4 anos". Este amigo convenceu seu pai que Aïda deveria estudar Química.
Formada em 1941 em Química Industrial, com apenas 21 anos de idade, pela Universidade do Brasil. Em 1954, formou-se em Engenharia Química.
Seus estudos sempre foram direcionados para a pesquisa química, desenvolvendo-se nas etapas:
- Mestrado (M.Sc.), em Química Analítica, na University of Minnesota, Minneapolis, USA (1958), com o Orientador Ernest B. Sandell, Diretor Izaak Maurits Kolthoff.
- Doutorado (Ph.D.), com "major" em Química, "minor" Geoquímica, na Pennsylvania State University, State College, USA (1974), com o Orientador Joseph Jordan.
- Pós-Doutorado em Engenharia Eletroquímica, Eletrocatálise e Elipsometria, na Universidad de La Plata, Argentina.
Após sua formatura como química industrial, indo visitar a Escola Nacional de Química, logo à entrada, encontrou dois colegas, um deles, Paulo Emidio Barbosa, os quais a informaram que o Departamento Nacional da Produção Mineral tinha aberto concurso para o cargo de Tecnologista Químico. Retornando à casa, comentou com a mãe, que logo se informou da documentação necessária, e a inscreveu no concurso.
O resultado do seu concurso público (DASP), para o cargo de Tecnologista Químico, com admissão em março 1942, não poderia ser melhor. Aïda passou em 1º lugar. Os dois colegas que a informaram do concurso tiraram 2º e 3º lugares, e foram também admitidos no Laboratório da Produção Mineral (LPM), Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), Ministério das Minas e Energia (MME).
Aïda trabalhou, inicialmente, no Laboratório de Produção Mineral, como responsável pelas análises dos minérios brasileiros. Estas análises, hoje, são de grande importância em termos do conhecimento das reservas minerais do Brasil.
Esse trabalho resultou em várias medalhas, como, por exemplo, a "Medalha Fritz Feigl" e a "Medalha João Christovão Cardoso" do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E muitas outras honrarias, sendo, a principal, nos últimos anos, o título de Pesquisadora Emérita do CNPq, que recebeu em 17 de abril de 2006, das mãos do Vice-Presidente da República do Brasil, Sr. José de Alencar.
Uma das curiosidades de seu trabalho em análises de rochas foi ter sido, o seu laboratório, escolhido pela NASA, entre numerosos outros laboratórios, para análise das rochas recolhidas na Lua, em locais pré-determinados, antes do início do Projeto Apollo.
Recentemente, o ex-Diretor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Angelo da Cunha Pinto, em depoimento publicado no site "Memórias da Química", declarou que ela foi pioneira em tudo. Seu trabalho com pilhas a combustível foi, também, pioneiro, e resultou no atual ônibus a hidrogênio - o Ônibus Verde, da COPPE/UFRJ - que circula no campus da cidade universitária da UFRJ.
Em 02 de outubro 1943, casou-se com Cesar Godinho Espinola, um colega de turma do Colégio Mallet Soares e da Escola Nacional de Química. Não tiveram filhos. Ele faleceu em 1997, aos 79 anos, e, em 2013 estariam comemorando as Bodas de Vinho - 70 anos de casamento.
Sua vida sempre foi agitada, nunca parou, sempre atendendo a pedidos técnicos, os mais variados possíveis, inclusive consultorias diversas em vários campos da química, eletroquímica, telecomunicações e eletrônica. Por todas essas atividades, que continuam, nos dias de hoje, sua vida foi sempre cheia de realizações e descobertas.
No Laboratório Nacional da Produção Mineral, ela acompanhou, desde o início, a descoberta do petróleo, no Brasil. Em seu laboratório conduziu a análise química do óleo extraído do primeiro barril de Lobato, Bahia.
Por ocasião dos 45 anos da COPPE, em 2008, ao receber o prêmio pela contribuição na trajetória da COPPE, o apresentador mencionou o seu trabalho como sendo de grande interesse para a exploração de petróleo nas camadas do Pré-sal, e as pesquisas em geradores de eletricidade de pilhas a combustível. Disse que ela acertou ao acreditar serem essas as fontes de energia do futuro.
Aïda mantém o compromisso de escrever mais um livro. No ano de 1999, estava em curso um projeto de um novo livro, com o professor Horácio Cintra de Magalhães Macedo. Era o DITCHA, Dicionário Técnico-Científico Horacio e Aïda, com a morte de Horácio, em 24 de fevereiro de 1999, o projeto foi temporariamente suspenso, por ela estar escrevendo dois novos livros que já foram publicados: Fritz Feigl - Atualidades de seu Legado Científico, em 2009, com 344 páginas, pela COPPE/UFRJ e Instituto de Química da UFRJ; e, no ano de 2013, o OURO NEGRO - Petróleo no Brasil. De Lobato DNPM-163 a Tupi RJS-646, pela Editora Interciência, 494 páginas. Este último livro será também publicado no formato de livro eletrônico, e-book. Com estes dois novos livros, Aïda completou uma lista de 12 livros publicados.
Como sempre relatou o geólogo americano Walter K. Link, do DEPEX, em seus famosos memorandos datados de agosto de 1960: "O caminho é o mar". Aïda não cansa de dizer que o pré-sal é uma grande riqueza que deverá ser explorada nas próximas décadas, observando-se, sempre a segurança contra acidentes. Este é o caminho a ser seguido no futuro.
O Prof. Angelo da Cunha Pinto, ex-diretor do Instituto de Química da UFRJ em seus discursos é sempre enfático ao dizer: "eu afirmo que a Professora Aïda Espinola está na raiz da química brasileira".
Aïda Espinola pode ser chamada por vários apelidos, mas o último é o que melhor se encaixa no seu perfil: a Dama do Petróleo (revista Claudia, dezembro 2013, pág. 48).
Autoria: Ângelo da Cunha Pinto
Professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, editor do Journal of the Brazilian Chemical Society e da Revista Virtual de Química, oficial Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Foi Diretor do Instituto de Química da UFRJ.
Foto: Daryan Dornelles (revista CLAUDIA)
Navegue pelo mapa do Portal
- Geral
- Acesso à Informação
- Institucional
- Organograma
- Competências
- Base Jurídica
- Conselho Deliberativo
- Agenda de autoridades
- Diretoria Executiva
- Comitês de Assessoramento
- Comissão de Integridade
- Quem é quem
- Propriedade Intelectual
- Normas
- Comissão de Ética Pública
- Gestão de Documentos
- História
- Servidores
- Estatísticas e Indicadores
- Horário de atendimento
- Organograma
- Bolsas e Auxílios
- Programas
- Prêmios
- Popularização da Ciência
- Comunicação
- Parcerias
- Estudantes
- Pesquisadores
- Universidades
- Empresas