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Maria Beltrão (1934 - )Arqueóloga
Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão nasceu em 1934 em Macaé, Rio de Janeiro. Filha de João Duarte Coutinho e Antonieta de Moraes Coutinho, Maria Beltrão lembra que muito cedo se interessou pela leitura e, aos nove anos, o pai indicou um livro que tratava das ciências naturais, considerado mais apropriado para idade da filha. Segundo as observações do pai, Maria Beltrão gostava muito da natureza, de observar tudo e cavucar a terra.Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão nasceu em 1934 em Macaé, Rio de Janeiro. Filha de João Duarte Coutinho e Antonieta de Moraes Coutinho, Maria Beltrão lembra que muito cedo se interessou pela leitura e, aos nove anos, o pai indicou um livro que tratava das ciências naturais, considerado mais apropriado para idade da filha. Segundo as observações do pai, Maria Beltrão gostava muito da natureza, de observar tudo e cavucar a terra.
Em entrevista ao Jornal Ciência Hoje, a arqueóloga destaca que "sempre fui muito curiosa e, desde pequena, queria saber como eram as coisas e as pessoas que viveram neste mundo antes de nós. Por isso, resolvi estudar arqueologia."
Bacharel e licenciada em geografia e história (1951-1956) pela Universidade Federal Fluminense, Beltrão em 1960 iniciou uma especialização em arqueologia na Sorbonne, concluída no ano seguinte. Assistente do professor Antônio Teixeira Guerra, especialista em geomorfologia, Maria Beltrão também se interessou pela antropologia e arqueologia e durante um período fez estágio no Museu Nacional com o professor Luiz de Castro Faria.
O prof. Castro Faria chamou a atenção da jovem estudante e pesquisadora para as dificuldades de articular a vida pessoal e profissional, que exigia muito trabalho de campo, com longos períodos fora de casa. Essas dificuldades também apareceram na própria família da pesquisadora, conforme relato feito ao sítio História e-História - Grupo de Pesquisa sobre Arqueologia Histórica da Unicamp: "Quando comecei a dedicar-me à Arqueologia, senti muita resistência, em especial entre meus próprios familiares, com relação às pesquisas de campo. Não de meu pai, que era homem de mente bastante arejada, mas de algumas pessoas da família, que diziam que eu jamais me casaria, porque eu andava sempre em grupos de homens e mulheres pelos matos."
Em 1968, ingressou no doutorado em arqueologia na Universidade Federal do Rio Janeiro e, sob a orientação da professora Annette Laming-Emperaire, defendeu a tese "Pré-História do Estado do Rio de Janeiro". Já nos anos 1990, fez outro doutorado em geologia também na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o qual tem como tema "Ensaio de Arqueogeologia: uma abordagem transdisciplinar". A tese foi defendida em 1998, sob a orientação do professor Elmo da Silva Amador.
Professora associada do Museu Nacional e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ingressou na instituição em 1969. Foi coordenadora, pelo Brasil, da Missão Franco-Brasileira que pesquisou, em Lagoa Santa, de 1970 até 1977. Membro do Conselho Permanente da Union Internationale des Sciences Préhistoriques et Protohistoriques (UNESCO) desde 1966, é sócia Fundadora da Sociedade de Arqueologia Brasileira - SAB (1979). Regular Member da Society for American Archaeology desde 1980, coordena o Projeto Central - Pesquisas Arqueológicas no interior do Estado da Bahia desde 1982.
Em relação à produção científica, Maria Beltrão publicou e organizou quinze livros, com destaque para os seguintes: Le peuplement de l'Amérique du Sud. Essai d archéogéologie. Une approche interdisciplinaire. Paris: Riveneuve éditions, 2008; Ensaio de Arqueogeologia: uma abordagem transdisciplinar. Rio de Janeiro: Zit Gráfica e Editora, 2000; e Pré-História do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Forense, 1978. Também publicou mais de cem artigos, dez capítulos de livro, além do livro infantil O homem pré-histórico e o céu. Maria Beltrão já orientou 10 dissertações de mestrado, quatro teses de doutorado e mais de quarenta trabalhos de iniciação científica.
Pesquisadora de produtividade em Pesquisa Sênior do CNPq, Maria Beltrão destaca em seu depoimento ao grupo da Unicamp que "embora convidada para trabalhar em Harvard e no Musée de L'Homme, preferi trabalhar em terras brasileiras, porque sempre acreditei que o Brasil é um grande Museu a Céu Aberto. Julgava que aqui era um campo ainda inexplorado. Desde muito cedo, eu já tinha idéias a esse respeito e nunca me arrependi de ter acreditado no meu país!"
Entre os inúmeros Prêmios e Homenagens já recebidos, destacam-se os seguintes: Posse como Acadêmica, Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (2012); Prêmio Conde d'Arcos concedido pelo livro O Alto Sertão, Academia Portuguesa da História (2011); Homenagem como Personalidade dedicada ao avanço da pesquisa e do ensino da Ciência Arqueológica Brasileira, Centro Brasileiro de Arqueologia (2006); Prêmio Claudia 2005, Editora Abril (2005); Grau de Cavaleiro na Ordem das Artes e Letras, Governo Francês (2004); Homenageada com a descoberta de uma nova espécie (Oltacloea beltraoae) de aranha da caatinga na área de Central, Estado da Bahia, Brasil., Antonio D. Brescovit e Elaine Folly Ramos (2003); Escolhida International Woman of the Year 1991/1992, The International Biographical Center of Cambridge (1992); Integrante do International Who´s Who of Professional and Business Women, International Significat Rference Book, International Biographical Centre, Cambridge, England (1991); Mulher Cientista do Ano, Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro (1980); e Mulher do Ano na Área de Ciências, Conselho Nacional de Mulheres do Brasil (1980).
Fontes:
Jornal Ciência Hoje, consultado em 16/05/2014
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/arqueologa-desde-menina/
Currículo Lattes consultado em 16/05/2014
http://lattes.cnpq.br/4942024092993571
Sítio História e-História - Grupo de Pesquisa sobre Arqueologia Histórica da Unicamp, consultado em 16/05/2014
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=arqueologia&id=18
Autoria do verbete:
Maria Lúcia de Santana Braga é Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) e Analista em Ciência e Tecnologia do CNPq.
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