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VICTÓRIA ROSSETTI (1917- 2010)Engenheira-Agrônoma
Veridiana Victória Rossetti nasceu em 14 de outubro de 1917 em Santa Cruz das Palmeiras no estado de São Paulo. Filha de emigrantes italianos. Seu pai era agrônomo e seu avô tinha sido professor dessa disciplina, antes de emigrarem para o Brasil.Veridiana Victória Rossetti nasceu em 14 de outubro de 1917 em Santa Cruz das Palmeiras no estado de São Paulo. Filha de emigrantes italianos. Seu pai era agrônomo e seu avô tinha sido professor dessa disciplina, antes de emigrarem para o Brasil. No rastro da tradição familiar Victória ingressou na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz, em Piracicaba (SP), renomada escola naquela área e foi à primeira mulher a concluir um curso de agronomia no estado de São Paulo e a segunda no Brasil no ano de 1939. Graduada Victória foi atraída pela carreira científica e aceitou um estágio no Instituto Biológico do estado de São Paulo, com o pesquisador Agesilau Bittencourt, um dos mais renomados fitopatologistas do país. Nesta instituição desenvolveu toda sua carreira profissional, dedicando-se a pesquisa das doenças dos citros. Na sua fase de estagiária seu trabalho tinha sido estudar o isolamento de fungos do gênero Phytophtora da gomose dos citros. Agesilau Bittencourt reconheceu seu talento e Victoria permaneceu trabalhando na instituição. O surgimento da doença tristeza dos citros, em 1947, incentivou a pesquisa sobre a adoção de um porta-enxerto tolerante ou resistente às duas doenças. Victória trabalhou com sucesso nessa pesquisa e foi aperfeiçoar-se nos Estados Unidos, ainda em 1947, lá fez o curso de Estatística Experimental, na Universidade da Carolina do Norte; no período de 1951 a 1952, com bolsa da Fundação Guggenheim, realizou estudos sobre fisiologia de ficomicetos, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e ainda especialização em fungos do gênero Phytophthora, com o professor J. Zentmyer, em Riverside. A relevância de seus trabalhos foi reconhecida e foi convidada a integrar a Comissão Internacional de Phytophthora e sobre ela publica trabalhos no Brasil e no exterior. Em 1958 iniciou os trabalhos sobre a leprose dos citros, experimentos para seu controle. Obteve um resultado relevante com a comprovação do ácaro Brevipalpus phoenicis como vetor da leprose. Em 1960, com apoio da Fundação Rockefeller, visitou as estações de pesquisas em citros na Flórida e na Califórnia. Desenvolveu um programa de colaboração científica com o governo francês e o Institut National de la Recherche Agronomique (INRA). Trabalhou em 1961, com o dr. Joseph M. Bové, em estudos sobre viróides dos citros. Capacitou-se nas técnicas de diagnóstico de vírus transmissores por enxertia e de estudos sobre o cancro cítrico e sobre a clorose variegada dos citros - nome sugerido pela pesquisadora em substituição ao chamado "amarelinho" (CVC) - causada pela bactéria Xylella fastidiosa. Estas pesquisas possibilitaram a publicação de vários trabalhos, com colegas do Instituto Biológico, de outros institutos brasileiros, norte-americanos, franceses e italianos. No Instituto Biológico, assumiu a Chefia da Seção de Fitopatologia Geral em 1957, tornando-se diretora da Divisão de Patologia Vegetal em 1968, cargo no qual se aposentou em 1987, aos 70 anos de idade. Mas, continuou trabalhando até 2003, quando foi diagnosticada com Alzheimer. Victória nunca casou, dedicou sua vida à profissão.
Faleceu, em São Paulo no dia 26 de dezembro de 2010. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), Celso Lafer assim a definiu: “é com grande pesar que lamentamos o falecimento da doutora Victória, pioneira no estudo das doenças que acometem as plantas cítricas, cientista de carreira belíssima e de grande importância, responsável por formar e apoiar gerações de pesquisadores brasileiros e que esteve ligada à FAPESP desde a sua fundação” (Agência FAPESP).
Publicou mais de 400 trabalhos científicos, recebeu 55 prêmios nacionais e 12 internacionais é pesquisadora emérita do Estado de São Paulo e foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República do Brasil (junho de 2004).
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