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RUTH SONNTAG NUSSENZWEIG (1928 - )Bióloga
Ruth Sonntag Nussenzweig nasceu em 20 de Junho de 1928, em Viena, Áustria, filha de Eugenia e Baruch Sonntag, e emigrou para o Brasil ainda menina. Entrou na Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 1948, onde conheceu Vitor Nussenzweig, com quem se casou e graduou-se em 1953. Ruth e Victor tiveram três filhos (Michel, André e Sonia).Ruth Sonntag Nussenzweig nasceu em 20 de Junho de 1928, em Viena, Áustria, filha de Eugenia e Baruch Sonntag, e emigrou para o Brasil ainda menina. Entrou na Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 1948, onde conheceu Vitor Nussenzweig, com quem se casou e graduou-se em 1953. Ruth e Victor tiveram três filhos (Michel, André e Sonia).
Sua formação científica iniciou-se durante o estudo universitário, no Departamento de Parasitologia da USP, então chefiado pelo Dr. Samuel Pessoa. Trabalhou vários anos no problema da transmissão da doença de Chagas pela transfusão sanguínea e sua prevenção. Demonstrou que a Doença de Chagas pode ser adquirida por transfusão sangüínea e que a adição de violeta de genciana ao sangue infectado previne a transmissão da doença. Em 1958, mudou-se para a França para realizar seu pós-doutoramento, em bioquímica, no Collège de France. Em 1960 retornou ao Brasil onde ficaria por pouco tempo. Com o objetivo de aprender e avançar ainda mais se mudou para os Estados Unidos para trabalhar com o Dr. Zoltan Ovary na New York University (NYU) enquanto Vitor, seu marido, foi trabalhar com o Dr. Baruj Benaceraf (que ganharia o Prêmio Nobel em Medicina em 1980). Em 1964, decidira voltar ao Brasil, então sob o regime militar. Como o clima político não era favorável à pesquisa, retornou à New York University logo após a conclusão de seu doutorado pela USP.
O brilhante desempenho de Ruth lhe conseguiu a vaga de imunologista para a cadeira de parasitologia. Na época, a biologia da malária estava sendo estudada por outros professores do Departamento e Ruth iniciaria então estudos a respeito da resposta imune contra a doença. Foi inicialmente indicada como Professora Assistente (1965), mas rapidamente virou Professora Associada (1968) e Professora Plena (1972). Durante este período, Ruth fez uma grande descoberta, demonstrando em animais de laboratório que era possível obter proteção contra o parasita causador da malária por meio da irradiação do micróbio. Esta descoberta foi publicada em 1967, na revista “Nature”, o mesmo periódico onde anos antes havia sido publicada a estrutura do DNA. Esta descoberta gerou imenso entusiasmo e serviu de base para as pesquisas que visavam desenvolver uma vacina contra a malária. Em 1976 foi indicada Professora Titular e Chefe da Divisão de Parasitologia do Departamento de Microbiologia e, em 1984, tornou-se Professora Titular do Departamento de Parasitologia Médica e Molecular da NYU. Até hoje, em nenhuma outra faculdade de medicina dos Estados Unidos há a cadeira de Doenças Parasitárias.
As pesquisas desenvolvidas por Ruth no campo da Parasitologia e de Doenças Tropicais, com ênfase em malária, lhe trouxeram reconhecimento internacional. Durante sua carreira, integrou diversos grupos de trabalho e missões e prestou consultoria à Organização Mundial de Saúde, entre outras, em atividades voltadas para o controle e a erradicação de doenças tropicais, como a Doença de Chagas e a malária. Ruth tem mais de 200 trabalhos publicados nas revistas mais conceituadas nacionais e internacionais e foi honrada com inúmeros prêmios e condecorações, nacionais e internacionais. Em 1998, foi condecorada pelo Presidente da República com a Ordem Nacional do Mérito Científico classe Grã-Cruz. Recentemente, Ruth estabeleceu uma colaboração com uma equipe da Fiocruz, no Brasil, para testar uma vacina contra a malária utilizando o vírus da febre amarela como vetor. Os resultados têm se mostrado bastante promissores. Ruth e seu marido Vitor Nussenzweig, são sem dúvida os dois mais importantes pesquisadores brasileiros sobre malária, e estão entre os principais do mundo. Residem na cidade de Nova York (EUA).
Fontes: Sites pesquisados: www.abc.org acessado em 26.01.06; www.revistapesquisa.fapesp.br acessado em 26.01.06; www.jornaldaciencia.org.br acessado em 30.01.06; Ordem Nacional do Mérito Científico, Anuário 2000/2001, Volume II, p. 853. Elaborado por Camila Indiani de Oliveira (CPqGM – FIOCRUZ).
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